A taxa de inadimplência das pessoas físicas, que mede o atraso de pagamento superior a 90 dias nas operações com recursos livres, recuou 0,1 ponto percentual em abril deste ano, para 7,5%, informou o Banco Central nesta sexta-feira (24). Trata-se do menor patamar desde outubro de 2011, quando ficou em 7,4%.
As operações com recursos livres excluem o crédito habitacional, os empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o crédito rural.
“O recuo da inadimplência tem a ver, em parte, com a migração de crédito para modalidades mais baratas. Isso tende a favorecer o fluxo de pagamento. O consumidor consegue honrar as parcelas. O debate sobre o custo do crédito e taxas de juros esteve muito presente nos últimos meses. Isso alcançou as famílias e contribuiu para uma maior educação financeira. Mas os bancos têm, desde meados do ano passado, tido uma posição cautelosa na concessão do crédito, exigindo melhor garantia e fazendo uma avaliação do perfil do tomador, o que também tem contribuido para a queda da inadimplência”, avaliou Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC.
Inadimplência total de de empresas
Já a taxa de inadimplência das operações dos bancos com as empresas, ainda no segmento com “recursos livres”, somou 3,7% em abril deste ano – com alta de 0,1 ponto percentual em relação a março deste ano (3,6%). Para estas operações, a maior taxa já atingida, desde dezembro de 2011, foi em outubro do ano passado, quando chegou a 3,8%.
Considerando a taxa total de inadimplência, o que engloba operações com as pessoas físicas e empresas, ainda nas operações com “recursos livres” (desconsiderando crédito habitacional, rural e operações do BNDES), houve estabilidade em 5,5% em abril deste ano, segundo informações da autoridade monetária.
Nova metodologia
A autoridade monetária mudou, no início deste ano, o formato de registro dos dados de inadimplência e, ao mesmo tempo, também desativou a série histórica que vigorava anteriormente. A instituição ainda não divulgou a nova série para os dados, que tem início em março de 2011. Com isso, estão disponíveis, neste momento, somente dados de dezembro do ano retrasado em diante.
Pela nova metodologia, as operações com recursos livres (que não têm relação com o crédito direcionado, que é rural, BNDES e habitação) passaram a englobar algumas modalidades de empréstimos, como arrendamento mercantil (leasing), descontos de cheques (operações que se assemelham com “factoring”), além de cheque especial pessoa jurídica e antecipação de faturas de cartão.