Em fila se ouve cada uma!… O que vou comentar aqui, ouvi numa fila de teatro, onde íamos assistir a uma peça com conotação política. Ali tinha gente de todos os níveis, raças e culturas. A conversa foi iniciada por um jovem alto, magro, cabeludo, sotaque mexicano: – “Assistir a uma peça em um país europeu que me pareceu uma provocação aos países subdesenvolvidos. Tudo girou em torno de um país chamado chacota. Iniciava-se o espetáculo assim: – Advertência: caso haja semelhança com algum país da terra é mera coincidência. Este país é imaginário”. Outro dizia: – “Nele não existem poderes constituídos: Executivo, Legislativo, Judiciário etc. A estrutura é mais ou menos assim: Mandões, Enganadores, Corruptos e Solidários. Cada um tem seu papel”.
MANDÕES: botavam o povo para trabalhar e pagavam (pouco);
CORRUPTOS: Roubavam sim, mas dentro de um limite. Quem ultrapassasse 11% de gatunagem do dinheiro público ia preso sem direito a responder em liberdade e fiança;
ENGANADORES: Enganavam a todos com exceção dos idosos, deficientes e crianças. Caso infligissem essas normas pagavam caro;
SOLIDÁRIOS: Aí havia um leque maior. Todos eram voluntários. A solidariedade se dava na alegria, mas, mais na tristeza; na saúde, mas, mais na doença; na riqueza, mas, mais na pobreza.
As três classes primeiras eram inimigas ferrenhas. Não havia ministério da justiça, porém “Sindicartes” que controlavam tudo.
Sindicarte da intregação: Seu comandante teria que ser uma pessoa versátil, meio mentiroso, meio enganador, engabelador;
Sindicarte da arrecadação: tinha como finalidade extrair da população, excluindo somente os ricos, tudo o que fosse possível;
Sidicarte da esmola: Este tinha como objetivo tirar o máximo do povo e distribuir com bancos, grandes empresas, ONGS fantasmas.
Dos três, o mais popular e querido era o da Intregação. Enganava a todos com a maior facilidade. Chegava a reunir o povo e prometer chuva, sol, alimentação farta. E se alguém demonstrasse não acreditar seria punido, perseguido, alijado da sociedade.
Naquele país os motoqueiros tinham o poder sobre todos os transportes: carreta, caçamba, caminhão automóveis. Eles tinham ódio de avião, pois não podiam ultrapassá-lo (principalmente pela direita). Os políticos (por menor que fosse o cargo) mandavam em tudo e em todos. A educação era um fator desprezível. Tinha cota para pobres (e ricos) negros, mas não incluíam os pobres bancos. A saúde estava sempre na UTI. Segurança só para uma minoria. Matar era mais banal do que lavar as mãos. O povo ultrapassava as raias da ignorância. Havia uma vantagem, diziam: Cada um por si e o diabo por todos.
Ainda bem que este país não existe.
por
MAGOM – Contabilista, Administrador de Empresa e membro do Lions.