Contando com a maciça participação popular, a 42ª edição da Jecana do Capim movimentou mais uma vez o cenário daquele povoado. Já as autoridades políticas, diferente do ano passado, não incluíram a competição na programação do domingo. Vereadores e o deputado estadual Odacy Amorim foram os únicos que compareceram. Nem o prefeito de Petrolina esteve no circuito que marcou a abertura oficial do São João do Vale.
Mas a secretária de cultura, Esmelinda Ribeiro acompanhou a programação e creditou ao evento a preservação das tradições juninas. “Eu considero esse momento, o São João mais autentico nosso. O mais próximo da nossa realidade, muito antigo, com a pessoa de Carlos Augusto à frente que conhece cultura e preserva a cultura. Acho que tem que dar esse apoio todos os anos, é uma festa no interior que agrega e reúne pessoas do interior e as pessoas que vem da cidade conhecer a festa”.
Em seu tradicional camarote, o líder da oposição, Ronaldo Cancão recebia colegas de legislatura e algumas lideranças locais como o candidato a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Francisco Pascoal e a imprensa petrolinense. O deputado Fernando Filho enviou seus assessores a quem foi possível questionar a ausência do parlamentar. “Ele teve motivos para não comparecer. Logo, logo você saberá”, informava um deles. Há quem acredite que a inclusão da Jecana na programação oficial do São João tenha espantado os integrantes do PSB.
Para Ronaldo essas ausências não tiram o brilho da festa. “É uma festa que hoje é um marco em Pernambuco e está agregada a cultura pernambucana. É prazeroso participar e faz oito anos que fazemos parte com o camarote. Queria aproveitar a oportunidade e parabenizar a imprensa no seu papel importante de convocar a população para vir a Jecana e parabenizar Carlos Augusto que se mantém firme, vibrante buscando fazer uma Jecana cada vez melhor para a população do Vale do São Francisco”.
Fazendo uma avaliação da 42ª edição do evento, o organizador e idealizador da Jecana do Capim, Carlos Augusto falou sobre o sucesso alimentado pela participação popular. “Pelo numero de pessoas que aqui estavam é possível perceber que a Jecana está na alma do povo. A Jecana é uma festa que Deus me inspirou na hora e ela hoje traz a luta pela retirada do animal da pista. Se isso não acontecer, nós vamos continuar vendo pessoas morrendo ou sofrendo com sequelas pela incompetência das autoridades. Representa o ar que respiro. Todo ano é aquela coisa… quando chega perto, com as dificuldades que a gente tem para fazer a gente sofre tanto quanto os donos de animais que engordam o jumento mesmo sem saber que vai ter a Jecana. Passam o ano todo gastando dinheiro. São animais de primeira e por menos de R$ 20 mil ou R$ 30 mil eles não vendem”.
Segundo dados da organização do evento, 30 animais participaram da competição. Na disputa do Jegue Fashion, o animal ornamentado com o tema “Salve Jorge” foi o vencedor. Estavam inscritos jumentos de Santa Cruz do Capibaribe, Zabelê na Paraíba, Santa Cruz e Dormentes.