Seleção da Nigégia – Chuteiras Fora de Foco
Após um jejum de 41 anos, Salvador volta a abrigar uma partida de uma seleção africana. Em 1974, o Galícia jogou duas partidas contra a seleção da Uganda. Perdeu a primeira de 2×1, e ganhou da Nigéria na segunda partida por 3×0. Agora, em 2013 é a vez de a Arena Fonte Nova abrigar a seleção da Nigéria, na partida contra a do Uruguai. No campo, uma seleção que acaba de ganhar o título de campeã da Copa das Nações Africanas, pela terceira vez. A primeira foi em 1908 e a segunda, em 1994. Nesse mesmo campeonato a Nigéria já foi quatro vezes vice-campeã.
Para além do jejum a chegada da seleção da Nigéria é um marco encontro às comunidades negras da África e do Brasil. Afinal é aqui na Bahia que vive o maior número de descendentes africanos, sendo a Nigéria um dos países que tem marcas na cultura afro-baiana. Uma delas está nas tradicionais iguarias. O acarajé vem da Nigéria, assim como o yoruba, língua nigeriana mantida pela maioria dos terreiros de Candomblé.
Mas o jejum não se dá fora dos estádios de futebol. Ano passado o escritor nigeriano Wole Soyinka esteve em Salvador no dia 19 de novembro, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra. Nobel em Literatura, Soyinka, natural de Abeokuta (Oeste da Nigéria), foi o primeiro africano negro a receber o Prêmio Nobel, premiação máxima concebida pela Academia Sueca de Literatura. Ele veio lançar o livro O Leão e a Jóia (152 pág.) Geração Editorial, tradução de William Lagos), na Academia de Letras da Bahia. A publicação narra à história de um triângulo amoroso e versa sobre valores e costumes, a partir do desejo de liberdade das mulheres e o apego ao conservadorismo que as desvalorizavam.