Céres Santos
Foto: Márcia Guena
Até pouco tempo, na linguagem esportiva chamar alguém de gandula era o mesmo que afirmar que a pessoa era ‘ruim de bola’. Ao se referir a um mau jogador, costumava-se dizer: “ no meu time esse perna de pau não joga nem como gandula”. Mas os tempos mudaram. Os dois jogos da Copa das Confederações mostraram um jovem e bela grupo de 11 meninas uniformizadas, atuando como gandulas, de um total de 14 pessoas nessa função. E mais: o seleto grupo entende de futebol sim. Todas as meninas, com idade entre 13 e 16 anos, são jogadoras do Centro de Formação de Futebol da Bahia (CFFB). Já os meninos, dos times de base do Esporte Clube de São Francisco de Conde.
Quer mais? Para atuarem como gandulas voluntárias na Copa das Confederações as meninas passaram por treinamento com técnico da CBF e prova de múltipla escolha. A partir das notas elas foram designadas para uma, duas ou três partidas e os postos que ocupariam.
Nesse treinamento aprenderam, por exemplo, como se posicionarem nos estádios. Em cada partida, três gandulas ficam em cada lateral. Já atrás dos gols, mais quatro. Dessas quatro, três posições são fixas e apenas uma gandula fica sem bola. Essa é a repositora. É a figura que resgata a bola e repassa as gandulas fixa. Duas bolas no campo? Nem pensar. Só nos casos da torcida arremesar a bola no campo. Assim, as mulheres estão presentes em uma área de atuação, até então, ocupada só por homens.