Desde o final da tarde de terça-feira (24) manifestantes ocupam o prédio da Câmara Municipal de Vereadores de Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. O grupo é formado por familiares e amigos de vítimas da tragédia na boate Kiss, que completa cinco meses nesta quinta-feira (27). Eles iniciaram o protesto após o vazamento de um áudio polêmico com conversas de vereadores e assessores sobre a CPI da Kiss, que investiga responsabilidades do poder público.
Como o prédio do Legislativo teve paredes pichadas no banheiro e na parte externa, um grupo de pessoas se organizou para limpar a sujeira e evitar atos de vandalismo. Segundo os manifestantes, após suas pautas serem atendidas, o local será entregue como estava quando foi ocupado.
Seguem na Câmara cerca de 100 pessoas. Algumas saem e depois retornam. Por volta das 9h30 desta quinta-feira, elas deixaram o plenário e ocuparam corredores e galerias.
O grupo passou a segunda noite no prédio, e diz que só deixará o local quando os integrantes da CPI renunciarem e o procurador jurídico Robson Zinn for exonerado. O presidente da Câmara, vereador Marcelo Bisogno, desistiu de pedir a reintegração de posse. Por meio de nota, vereadores membros da CPI informaram que irão se manifestar de forma oficial somente após a desocupação do e a retomada das atividades normais da Câmara.
A Câmara informou por volta das 10h que segue sem expediente. A sessão plenária ordinária desta quinta também está cancelada.
A Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) avisou que pedirá a anulação da CPI. O áudio de uma reunião entre dois vereadores e assessores que integram a comissão mostra uma discussão sobre os rumos da investigação. Eles citam que havia orientação de “não dar em nada”.
(G1)