Depois de sucessivos planos heterodoxos de combate inflacionário na segunda metade da década de 80, finalmente ainda na primeira metade da década de 90, veio o plano Collor, que a única benesse verificada, embora contraditória, foi à abertura econômica do Brasil. Contraditória, porque ao passo que abríamos a nossa economia, para a entrada de produtos manufaturados com custo e qualidade melhor, a indústria brasileira ineficiente, não consegui acompanhar a velocidade e voracidade da concorrência externa, e o resultado foi uma quebradeira generalizada de empresários brasileiros, sobretudo aqueles ligados a indústria de brinquedos.
A partir desse momento, mesmo com essas intempéries citadas, criávamos um novo marco regulatório na economia do Brasil. Daí então, ainda no final de 93, era formulado o plano da estabilidade econômica brasileira- plano real. O plano real estava dividido em três partes: a primeira era a paridade real- dólar, através da URV, a segunda viria com ajustes tributários, dentre as quais a transferência das obrigações com saúde e educação para os municípios e por fim, a troca definitiva da moeda.
Para que o plano real alcançasse êxito foi necessário haver a ancora cambial, na qual um real era igual a um dólar. E como resultado trágico dessa politica houve em 1999, a crise cambial brasileira.
O sacrifício para o controle inflacionário brasileiro custou e custa “maus bocados” a nossa economia. A partir dos anos 2000, ainda na busca incessante da permanência da estabilidade econômica, alcançada com o plano real, algumas politicas brasileiras provocaram alguns descontentamentos que estamos vendo agora.
Deste então o investimento público, esbarra na pressão inflacionária, e não nós permitimos sermos mais ousados. A míope dos políticos brasileiros, em privilegiar o crescimento via endividamento das famílias brasileiras, e não por investimento maciço em infraestrutura, agravou os gargalos estruturais desta nação.
HÁ poucos meses vimos que a precariedade da nossa infraestrutura, atrasa o nosso crescimento. Tivemos a maior produção de grãos de todos os tempos, em contrapartida tivemos a maior dor de cabeça da história para conseguirmos exporta toda a nossa produção. As estradas, e os portos ineficientes se transformaram em grandes empecilhos para o avanço econômico do Brasil neste inicio de ano.
Essa inflação que estamos enfrentando é uma inflação recorrente de demanda, e é fruto da competitividade precária da nossa indústria frente às nações desenvolvidas. E como indicio, vemos o setor de serviços alavancarem o já baixo crescimento do PIB. Quando o setor de serviços cresce mais que a indústria, significa que está havendo uma valorização nominal do salário maior que o aumento da produção, e o resultado no médio e longo prazo e inflação de demanda.
A carga tributária alta, burocracia sufocante são algumas das causas dessa baixa produtividade brasileira. A reforma politica e essencial, mais economia não verá dias de vanguarda sem desburocratizar, sem diminuir a carga tributária e investir maciçamente em infraestrutura, para que conseguirmos dias de gloria e de crescimento sólido, e não vender uma bandeira de progresso mentirosa.
Leonardo cordeiro.