Nasrudin encontrou-se, certa vez, com seu mestre:
– O que trago aqui? – perguntou o mestre, mostrando a mão fechada.
– Como posso saber? – respondeu Nasrudin.
– Pois vou lhe dar uma pista: tem forma, cheiro e aparência de ovo. Seu conteúdo é branco e amarelo. É líquido – mas se o cozinhamos fica duro.
– Um bolo! – gritou, entusiasmado, Nasrudin.
O mestre abriu a mão: era um ovo.
– A verdade é simples. Mas aquele que sempre quer bancar o mais inteligente, nunca enxerga – disse o mestre. – Ele pode impressionar os outros com a sua argúcia, mas sempre ficará distante da simplicidade de Deus.
por Paulo Coelho