Mesmo sem suspeitos oficiais do crime, a Polícia Civil de Campinas acredita que o atirador que matou o funkeiro Daniel Pellegrine, o MC Daleste, foi avisado que o artista estaria em uma quermesse em Campinas, já que a apresentação era uma surpresa.
“Estamos tentando descobrir como o atirador sabia que ele estaria aqui (Campinas)”, disse o delegado Rui Pegolo, titular do Setor de Homicídios. A polícia ainda não descartou nenhuma hipótese.
Nesta quinta-feira (11), a polícia continua ouvindo testemunhas do assassinato. No começo da tarde, familiares, produtores e o empresário de Daleste estavam no local para depor, inclusive o irmão dele, Rodrigo.
“Eu vou fazer tudo o que eu puder para colocar o assassino na cadeia. Já estou aqui [na delegacia], eu e mais 11 pessoas, para ajudar a polícia no que for preciso”, disse Rodrigo, que cantava ao lado do irmão no momento em que ele foi baleado.
Morte premeditada
Depois de ouvir os depoimentos de seis testemunhas nesta quarta-feira, a polícia acredita que o assassinato pode ter sido premeditado. O cantor morreu na madrugada do último domingo. Pegolo disse que o suspeito estava em local privilegiado no momento dos disparos e o tiro que matou o cantor foi disparado em diagonal.
A polícia descartou a possibilidade de pessoas que estavam atrás do cantor terem envolvimento com o crime, já que durante os depoimentos não houve nenhum tipo de contradição. Após ouvir duas testemunhas consideradas essenciais para a investigação na quarta, Pegolo fez averiguações no bairro San Martin, em Campinas, acompanhado de familiares e membros da equipe do funkeiro. A Polícia, que montou uma Força Tarefa para apurar o ocorrido, trabalha com duas hipóteses principais: a de crime passional e a de uma desavença com o contratante do show.
MC Daleste foi baleado dez minutos após o início de um show no CDHU do bairro San Martin, em Campinas. O cantor chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Municipal de Paulínia, mas morreu no centro cirúrgico à 0h55. Logo após o ocorrido, fãs publicaram vídeos do momento do disparo na internet. Segundo Pegolo, Daleste ainda levou um tiro de raspão, que atingiu sua axila direita, momentos antes do disparo fatal. “Ele sentiu, mas, sem ver o ferimento, prosseguiu com a apresentação”, disse Pegolo.
O delegado também apura uma denúncia de que o suspeito do disparo estaria de luvas, com uma câmera na mãos e teria fugido em um carro de pequeno porte vermelho depois do crime. Pegolo disse também que denúncias anônimas podem ser feitas pelo disque-denúncia, 181, ou enviadas para o e-mail campinas.cepol@policiacivil.sp.gov.br.
(GRFM)