O primeiro coração artificial infantil da América Latina totalmente desenvolvido no Brasil é fabricado pelo Instituto do Coração (Incor) desde 2002 e até o final do ano deve bater no peito de um paciente. Considerado uma inovação pela comunidade médica, ele poderá salvar crianças que morrem na fila à espera de um transplante. Por enquanto, o ventrículo artificial brasileiro é testado em animais, mas a partir de dezembro deve virar uma prática hospitalar diária. O suporte artificial funciona como uma ponte enquanto se espera pelo transplante. “O objetivo principal é substituir a função do coração que já está falido, não aguenta mais bombear o sangue. O equipamento dá à criança a condição de aguardar por um tempo maior a possibilidade de transplante”, defende o médico Marcelo Jatene, diretor da unidade de cirurgia cardíaca pediátrica do Incor. Uma vantagem que o dispositivo fabricado no Brasil promete ter em relação ao produto exportado é o preço. Enquanto um equipamento produzido na Alemanha, Japão ou Estados Unidos custa entre R$ 150 mil e R$ 200 mil, no Brasil o valor deve ser inferior. O projeto conta com o apoio e financiamento de outras instituições, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
(BN)