Assim como a TelexFree, a rede Bbom também está impedida de recrutar novos integrantes por decisão da Justiça Federal de Goiás. A empresa se apresenta como fornecedora de rastreadores de veículos, mas está sendo investigada por suspeita de formação de pirâmide financeira.
A sentença bloqueou os bens das empresas Embrasystem e BBrasil, do grupo BBom, incluindo mais de cem veículos, entre eles modelos de luxo, como Ferrari, Mercedes-Benz e Lamborghini. A sede do grupo fica no bairro Alphaville, na Grande São Paulo.
A BBom afirma trabalhar com marketing multinível e ter cerca de 200 mil revendedores. A rede postou comunicado em seu site informando estar impedida por ordem judicial de receber a adesão de novos associados, bem como as mensalidades dos que já foram admitidos. “Em respeito aos nossos associados e ao público em geral, informamos que já iniciamos a reestruturação do nosso plano de marketing para o canal de vendas diretas que será apresentado oportunamente ao Ministério Público Federal.”
De acordo com o MPF, a venda de rastreadores seria apenas uma “isca” para recrutar novos associados, já que o volume de vendas seria maior que a capacidade de entrega.
Os participantes se associam por meio de uma taxa de cadastro e de um valor de adesão que pode chegar a R$ 3 mil conforme o plano escolhido – bronze, prata e ouro. O valor varia conforme o número de rastreadores que devem ser vendidos.
Os associados ganham comissão nas vendas que se tornam maiores com a indicação de novos participantes, o que, segundo o Ministério Público, caracteriza a pirâmide financeira. A Embrasystem informou que atua em conformidade com as legislações vigentes.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte instaurou inquérito civil para investigar a empresa Cidiz Comércio Ltda, que iniciou atividades em 2012, em Recife (PE), e hoje está em vários Estados. A suspeita é de prática de pirâmide financeira, o que a empresa nega. De acordo com o diretor Tiago Hurtado, a Cidiz atua no mercado de moda, com a venda de peças de vestuário, calçados e acessórios, o que gera renda para a empresa. Segundo ele, a Cidiz passou por um comitê de ética para integrar a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas.
A Multiclik Brasil se apresenta como empresa de vendas diretas que remunera seus afiliados através do marketing direto e nega a prática de pirâmide. A empresa também está sob investigação do MP potiguar.
A Nnex, com sede em Belo Horizonte (MG), vende adesões que vão de R$ 159 a R$ 2.890, conforme o plano, e os valores são transformados em pontos para serem usados em dois produtos digitais, o Permuta e o Recomende. “A ideia central é permitir que o que você tem vire pontos e estes pontos você possa trocar pelo que deseja”, informa o site.
A empresa, que, no site, ensina a “multiplicar dinheiro”, informou que promove o empreendedorismo digital no Brasil, de acordo com a lei.
A Priples, também sob investigação do MP, se apresenta como um sistema rápido de renda extra, em que o investidor pode começar aplicando R$ 1 mil e obtém ganho de 60% em um ano, mas tem de indicar investidores. Com sede em Recife, a empresa diz ter 202 mil usuários. Os responsáveis pela Priples não foram localizados.
Do Estadão
(BLOG FOLHA)