Moradores do Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho N-10 vivem o dilema da falta d’água com corte do abastecimento. Como não há distribuição da Companhia Pernambucana de Abastecimento (Compesa), as associações optam por contrato com empresas de bombeamento para levar água às torneiras.
No caso do N-10 o contrato foi expirado desde o final de 2012 e até agora, a falta de presidente na associação de moradores, impossibilitou a contratação ou a renovação do contrato com a COMPAN, empresa privada que prestava o serviço de abastecimento da água.
A inadimplência é o relevante problema que levou a suspensão das atividades, pontua Joaquim Edson, proprietário da empresa. De acordo com ele, há quatro anos havia um contrato entre a associação e a empresa, mas não existe mais vigência. “Na época o presidente da Associação era Edilson Ribeiro, mas venceu dia 01 de dezembro do ano passado e de lá pra cá os moradores não estão assumindo o pagamento da taxa de R$ 12 e assim não tenho como cobrir as despesas para oferecer o serviço. A inadimplência é muito alta. Tem ruas com 112 casas onde somente nove pagaram a tarifa”, diz e apresenta o relatório com a lista de devedores que não cumprem a liquidação dos boletos.
Joaquim relata que as despesas para manter o serviço são altas e chegam a quase três mil por mês com a Celpe. “Mês passado a empresa não arrecadou nem mil reais para cobrir as despesas quanto mais obter lucro. Minha empresa é privada e não tenho dever de distribuir água sem ter as minhas despesas pagas”, salienta.
No entanto, em uma das clausulas do contrato é claro que a comunidade tem a obrigação de quitar mensalmente com a taxa estipulada de R$12 até a data do vencimento, no caso de haver descumprimento fica autorizada a cooptação da distribuição de água pela COMPAN. “Mas lá você corta e o pessoal vai e religa a água. Tem registro até de gente que puxou arma por causa da suspensão da água”, cita.
A inadimplência atualmente chega à marca de 90%, avisa Joaquim. “Se a associação não assumir a distribuição de água, vou baixar as portas e suspender de vez o serviço. Não tenho condições de estar oferecendo o serviço sem estar arrecadando”, avisa.
(GRFM)