Cinquenta médicos cubanos desembarcam, neste domingo (25), no Aeroporto Internacional de Salvador para participar do programa “Mais Médicos” na Bahia. A chegada dos estrangeiros está prevista para as 18h. Os profissionais de Cuba serão recebidos pela comitiva da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), liderada pelo próprio secretário Jorge Solla. Já na segunda (26), os médicos deverão iniciar as aulas sobre saúde pública brasileira e língua portuguesa durante três semanas de treinamento até o próximo dia 13 de setembro, como prevê o calendário do programa do governo federal. Só a apartir daí os profissionais começam a atender a população em municípios do interior baiano e unidades da periferia de Salvador. A Sesab ainda não divulgou os locais de atuação dos prossionais de saúde. Apenas o médico português Raul dos Reis Ramalho, de 66 anos, que desembarcou na capital baiana na última sexta-feira (23) já tem seu local de trabalho definido. Ele foi o primeiro estrangeiro inscrito no programa para atuar na Bahia e trabalhará na Unidade de Saúde da Família de Nova Constituinte, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Ramalho é formado pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e atuava como cirurgião em Portugal – já aposentado – e passará a atender casos considerados de baixa complexidade.
O procurador-geral do Trabalho, Luís Camargo, primeiro na hierarquia do Ministério Público do Trabalho (MPT), afirmou nesta sexta que seria “irresponsabilidade” dizer que há ilegalidade na contratação de médicos cubanos pelo governo brasileiro sem que antes seja analisada como se dará a relação de emprego. Camargo informou que até segunda (26) pedirá informações para a Advocacia Geral da União (AGU) sobre os detalhes da contratação. Isso porque, o coordenador nacional de Combate às Fraudes das Relações do Trabalho, procurador José de Lima Ramos Pereira, afirmou que, da maneira como foi anunciada, a contratação “fere a Constituição”. Neste sábado (24), o ministro da Saúde Alexandre Padilha afirmou que o governo brasileiro tem “segurança jurídica” em relação ao programa “Mais Médicos” e ao convênio com organização para trazer médicos cubanos ao país e pediu que os críticos não “ameacem” a população brasileira.