Durante passagem pelo Brasil nesta sexta-feira (30), o vencedor norte-americano do prêmio Nobel de economia de 2011 Thomas Sargent disse que a referência do dólar como moeda internacional não será “para sempre”. “Em 40, 50 anos, os Estados Unidos não dominarão a moeda internacional, e isso terá consequências”, afirmou o estudioso, em palestra do 6º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, em Campos do Jordão.
Apesar de não apontar a divisa que substituiria o dólar como moeda global, Sargent indicou que poderia vir da Ásia ou até do Brasil, de quem conduzisse melhor sua economia.
Antes de desembarcar no Brasil, o economista disse ter se comprometido a não fazer críticas – nem análises – sobre o país enquanto os Estados Unidos “não estiverem bem”. No entanto, destacou que a inflação galopante vivida pelo Brasil, principalmente na década de 1990, deixou o país muito mais alerta ao problema – o que seria uma vantagem em relação aos Estados Unidos.
“O Brasil tem uma grande vantagem em relação aos Estados Unidos. Vocês tiveram inflação e sabem como é, sabem como é ter, o que significa que vocês estão muito mais alertas. O Brasil nos ensinou que a inflação é onerosa para os pobres.”
Nascido em julho de 1943, Sargent se formou bacharel em 1964 na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e tornou-se PhD em 1968 pela Universidade Harvard. Se especializou no campo da macroeconomia, economia monetária e econometria de séries temporais. Ele é conhecido como “um dos líderes da revolução de expectativas racionais” e autor de numerosos artigos que romperam barreiras.
Em uma série de artigos escritos durante os anos 1970, Sargent mostrou como os modelos macroeconômicos estruturais podem ser construídos, resolvidos e estimados. Sua abordagem acabou sendo particularmente útil na análise de política econômica, mas também é utilizada em outras áreas de macroeconometria e pesquisa econômica.
Sargent mostrou como a macroeconometria estrutural pode ser utilizada para analisar mudanças permanentes na política econômica. Esse método pode ser aplicado para estudar relações macroeconômicas quando famílias e empresas ajustam suas expectativas simultaneamente com os desenvolvimentos econômicos.
Atualmente, ele é professor de Economia e Negócios na Universidade de Nova York.