Foi inevitável comemorar os dados divulgados pelo IBGE, nesta ultima semana a respeito do desempenho do produto interno bruto (PIB), onde os mesmos indicam que houve um crescimento da capacidade produtiva no segundo trimestre de 1,5%.
É inegável também e é sabido afirmar que não estamos mais diante deste comportamento econômico neste terceiro trimestre, aliás, os números divulgados sinalizam, o que os analistas de mercado definem como “dados de retrovisor”. Afinal estes números tardios, refletem um período onde havia uma pressão inflacionaria mais aguda e, portanto medidas foram adotadas e que agora as mesmas começam a surtir os efeitos indigestos na economia brasileira que está no parapeito de um colapso.
As inconsequentes interferências no campo econômico afugentaram os investidores ao ponto de Jim Roger dizer que a presidente e sua equipe estão fazendo “bobagens”. Vivemos hoje dias de desconfiança e desprestigio internacional, dias de crescimento abaixo da nossa potencialidade econômica– indigesto, e de poucos avanços institucionais.
Os péssimos resultados na balança comercial no acumulado do ano, não possuem nexo algum com a realidade de países que adotam o regime de câmbio flutuante. Câmbio flutuante equivale via de regra a superávits comerciais. Superávits comerciais são necessários para gerar divisas e consequentemente importar tecnologia e bens de capital. Incrivelmente a balança comercial brasileira vive hoje seu pior momento em 18 anos.
Na ultima reunião do COPOM, os técnicos do BACEN, decidiram aumentar a taxa de juros básica- SELIC, pela quarta vez consecutiva, tendo em vista o corriqueiro mau casamento brasileiro de crescimento X inflação, agravado pela crescente desvalorização do real. Hoje técnicos do mundo veem um crescimento na ordem de 2% sem pressão inflacionária, mais que isso a inflação estoura o teto da meta que é de 4,5%, com uma tolerância que só entra na cabeça do governo federal de dois pontos percentuais para mais e para menos.
A conjuntura econômica do Brasil está totalmente desalinhada. Primeiro temos surtos inflacionário sem haver crescimento, segundo aumento na taxa básica de juros em um momento onde há estagnação da atividade produtiva, terceiro, intervenções descabidas e desacertadas, e quarto descontrole e desuso de politica fiscal eficiente e eficaz.
Fica novamente o lembrete, o povo Brasileiro pode não saber tudo sobre economia, mas costuma reverenciar aqueles que a tem zelo e presteza, e agem de forma pontual, sem populismos e sem a preponderância de não ouvir a sua equipe e traçar um perfil técnico para os mais variados devaneios.
Diante deste cenário econômico destorcido, cabe ao povo decidir: Se quer tornar o Brasil um país próspero ou deixa-lo eternamente batizado com o PAÍS DO FUTURO, que nunca chega.
Leonardo cordeiro