Embora sal demais possa ser bastante prejudicial à saúde em médio e longo prazo, sal de menos também faz mal. Afinal, os dois elementos químicos que compõem o sal, cloro e sódio, são indispensáveis para o funcionamento das células de todos os seres vivos, pois regulam a quantidade de água no corpo. Entretanto, a situação mais comum em relação ao sal é o excesso, já que o maior consumo de alimentos industrializados – muitos deles ricos em sódio – há maior retenção de líquido, o que aumenta o volume sanguíneo e piora a hipertensão.
Mas a quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde para o consumo diário de sal em até 5g está longe de ser um consenso na comunidade científica. De acordo com novo estudo, uma dieta com pouco sal de fato reduz a pressão sanguínea como sugerem os médicos, mas aumenta os níveis de colesterol, gorduras e hormônios no sangue, além do risco de doenças cardíacas. O trabalho, publicado na revista American Journal of Hypertension, fez um apanhado de 167 pesquisas em que os participantes foram acompanhados por um mês e selecionados aleatoriamente em dois grupos: um consumindo pouco sal e outro ingerindo grandes quantidades da substância.
No grupo dos que comiam pouco sal, os pesquisadores observaram uma melhoria discreta na pressão sanguínea, sobretudo em quem já apresentava pressão alta, já que a dieta reduziu a pressão em até 3,5%.
Por outro lado, entre os não hipertensos, a dieta com pouco sal aumentou em até 2,5% os níveis de colesterol e em 7% os triglicérides. Além disso, também houve aumento nos hormônios que regulam o nível de sal no sangue, que são responsáveis por fazer o corpo preservar a substância no corpo ao invés de excretá-la pela urina.
A pesquisa não considerou dados sobre o excesso de peso e o sedentarismo dos participantes para definir a interferência na pressão arterial. Ainda serão necessárias mais pesquisas para investigar se uma dieta com uma quantidade menor ainda de sal poderá trazer benefícios para a saúde.