Visibilidade, regularização fundiária e reconhecimento são os aspectos mais importantes presente no seu livro, afirma Paulo Rosa Torres. O lançamento da publicação Terra e Territorialidade: das áreas de Fundo de Pasto do Semiárido baiano 1980-2010, aconteceu nessa última sexta-feira (20) e contou com a presença de Representante de Fundo e Fecho de Pasto do Território São Francisco, colaboradores (as) do Irpaa, CPT, integrantes do Movimento de Pequenos Agricultores-MPA, estudantes da Uneb e sociedade civil em geral.
O professor Paulo Rosa Torres diz que “as comunidades (Fundo e Fecho de Pasto) têm ampliando em muito, não só o número de organização, mas como também o nível de consciência e da importância que elas têm no universo de hoje”, com isso é necessário que elas ganhem maior conhecimento na sociedade, o que pode contribuir para a diminuição de conflitos fundiários. Além de intensificar a luta pelo reconhecimento e regularização dessas comunidades tradicionais.
Essa publicação é resultado das pesquisas do mestrado de Paulo Torres, que constrói uma análise da distribuição de terra no Brasil, desde o período da colonização até a apropriação das terras pelas comunidades tradicionais, com enfoque maior nas comunidades de Fundo de Pasto, presente no Semiárido.
Para Valdivino Rodrigues, representante da Articulação Estadual das comunidades de Fundo e Fecho de pasto, os estudos e publicações científicas motivam as comunidades tradicionais a continuarem na luta pela regularização fundiária, por políticas públicas voltadas para suas necessidades. “Essa publicação enche mais a gente, porque nós participamos do debate, da construção do artigo dele ( Paulo Torres), nós caminhamos com ele nas comunidades de Uauá, da comunidade de Monte Santo, participamos das reuniões, das rodas de conversas com ele e o resultado é esse livro.” comenta satisfeito, Valdivino.
As comunidades de Fundo e Fecho de Pasto mantêm o conceito de desenvolvimento baseado na satisfação das suas necessidades, respeitando e preservando á natureza. Paulo Torres analisa que as comunidades tradicionais mantêm uma relação com a terra, par além do beneficiamento de suas riquezas. Nessas comunidades há “ideia de convivência, do pertencimento, da troca de afeto entre terra e gente, pessoas” diz o autor.
Comunicação IRPAA