O documentário sobre o jornalista Tim Lopes, repórter da TV Globo assassinado por traficantes em 2002, foi exibido pela primeira vez aqui no Brasil, no Festival de Cinema do Rio.
O documentário conta as histórias de trabalho e de vida de Tim Lopes, um jornalista preocupado em denunciar a realidade das favelas cariocas, com moradores subjugados pelo poder de traficantes. Mas também um profissional capaz de se transformar para encontrar a notícia em qualquer lugar.
No dia 2 de junho de 2002, Tim Lopes fazia uma reportagem sobre tráfico de drogas e abuso de menores num baile da Vila Cruzeiro. Lá ele foi sequestrado, torturado e assassinado por traficantes do Conjunto de favelas do Alemão.
Depois disso o filho de Tim, Bruno Quintella, e o repórter cinematográfico Guilherme Azevedo, que trabalhou com o jornalista, decidiram fazer o documentário como uma homenagem.
“A gente teve uma certa dificuldade, mas no bom sentido. A cada história que a gente encontrava, ela se transformava em 10, 15 histórias a mais”, conta Guilherme Azevedo.
Bruno partiu de uma carta que o pai escreveu para ele.
“Hoje eu acho que ao fim do filme seria quase uma resposta desta carta pra ele. Porque ele escreveu esta carta para um moleque, e hoje quem responde esta carta é um homem”, diz.
Durante as gravações, reencontrou amigos, colegas de profissão e personagens das tantas reportagens de Tim Lopes.
“Eu acho que as pessoas vão conhecer um Tim mais de dentro pra fora, e não o Tim de fora pra dentro, como até hoje ele ficou conhecido”, observa.
Os 89 minutos do documentário são o testemunho do amor de um filho, da admiração dos amigos e do respeito ao profissional, mas também uma celebração da vida.