Há mais de 10 anos, estudos e testes realizados na Embrapa Semi-Árido, em Petrolina, interior de Pernambuco têm conseguido domesticar esta planta e favorecer a adoção do seu cultivo nas roças. Os riscos de intoxicação decorrentes da formação do ácido cianídrico quando os animais ingerem a planta, são tornados quase nulos com o manejo simples de triturar galhos e folhas da maniçoba em máquina forrageira. Desta forma, este ácido se desfaz no ar e o material, fenado ou ensilado, pode ser consumido pelos animais praticamente sem risco de intoxicação.
No semi-árido, é comum encontrar produtores que relatam a perda de animais por “envenenamento” depois de consumirem maniçoba. Em conseqüência disso, não é raro encontrar agricultores que eliminam os pés de maniçoba das suas propriedades com o temor de virem a intoxicar e levar à morte os animais do seu rebanho.
O que o agricultor não sabe, na maioria das vezes, é que a maniçoba é uma excelente forrageira, com alta tolerância à seca, baixo custo de produção e período de produção que pode ser superior a 15 anos. Segundo o pesquisador Gherman Garcia Leal de Araújo, da Embrapa Semi-Árido, o uso da planta na nutrição dos rebanhos, principalmente quando combinadas com outras forrageiras no período seco, apresenta resultados tão positivos que tem impulsionado a sua adoção como uma das mais importantes opções para a melhoria da eficiência alimentar dos rebanhos nos sistemas de produção animal no semi-árido.
Testes demonstraram que, na época seca, novilhos alimentados exclusivamente com feno de capim buffel mantiveram o peso, mas quando suplementados com feno de maniçoba apresentaram ganhos de peso superiores a 700 g/cabeça/dia. Para Gherman, não há dúvida de que se trata de uma planta que pode proporcionar melhor qualidade alimentar e aumentar o rendimento dos rebanhos da região seca do Nordeste.
da redação do Nordeste Rural