O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, entregou o cargo à presidente Dilma Rousseff durante audiência de cerca de uma hora na manhã desta terça-feira (1º), informou a assessoria do ministério.
Pelo microblog Twitter, Bezerra disse, após a reunião: “Acabo de sair de uma boa e agradável conversa com a pres Dilma. Agradeci a oportunidade de servir ao meu pais, como ministro”. Noutra mensagem, ele afirmou: “Aguardo um comunicado da presidenta Dilma para transmissão de cargo entre hoje e amanhã”.
O possível substituto é o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), indicado pelo PMDB para a pasta.
No início da tarde, a assessoria do Planalto divulgou nota na qual informou que o secretário de Infraestrutura Hídrica do ministério, Francisco Teixeira, assumirá o cargo interinamente.
De acordo com a nota, assinada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência, “nos dois anos e nove meses em que esteve à frente da pasta, Fernando Bezerra fez um trabalho extraordinário. O orçamento total do ministério dobrou na sua gestão.”
Bezerra saiu do ministério cumprindo determinação de seu partido, o PSB, de deixar os postos que ocupa atualmente no governo federal. A decisão do PSB de entregar os cargos foi oficializada em 18 de setembro, durante reunião da comissão executiva do partido. O encontro foi comandado pelo presidente da legenda, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, por quem Bezerra foi indicado para o posto. O plano do PSB é lançar a candidatura presidencial de Campos no ano que vem, contra Dilma.
Após a decisão do PSB, Bezerra entregou sua carta de demissão, mas a presidente Dilma Rousseff pediu que ele permanecesse no cargo até que ela retornasse de viagem a Nova York, onde participou da Assembleia-Geral da ONU. Ela voltou a Brasília na madrugada da última quinta-feira (26).
O PSB também ocupa a Secretaria Especial de Portos com o ministro Leonidas Cristino. Ele ainda não entregou seu cargo e mantém suas atividades à frente da pasta, segundo informou sua assessoria. Nesta terça-feira (1º) ele está em viagem oficial a São Paulo.
Lula
Após cerimônia nesta terça-feira no Conselho Federal da OAB, em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse “lamentar” a forma como se deu a saída do PSB do governo da presidente Dilma Rousseff.
“Eu lamentei porque não queria que saísse assim. Não sei de onde partiu a precipitação. Mas pela convivência que temos, não foi uma coisa legal sair assim”, disse.
Lula comparou a saída do partido do governo a um batalhão que se separa no meio de uma guerra. “A gente tem tanta história juntos que eu gostaria de continuar construindo ela junto. É como se você estivesse numa guerra contra adversários. De repente, o seu batalhão começa a se separar. Eu não acho isso legal”, afirmou.
O ex-presidente afirmou, porém, que é a amigo do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e que não cessará o diálogo com o PSB. “Vou conversar sempre com ele, porque sou amigo dele antes de qualquer coisa.”
Priscilla Mendes Do G1, em BrasíliA
* Colaborou Nathalia Passarinho