A colonoscopia, exame que detecta precocemente lesões no intestino, pode reduzir em 56% o risco de morte por câncer no mesmo órgão. Foi o que afirmaram dois estudos publicados recentemente no “New England Journal of Medicine” que avaliaram a eficácia do procedimento e de um exame de fezes para descobrir tumores na região do aparelho digestivo. Segundo o levantamento, a colonoscopia, que é mais cara e tem mais riscos de efeitos colaterais, reduziu em 56% o risco de morte pelo tumor em uma população de 89 mil pessoas seguidas por 20 anos. O outro exame, de sangue oculto nas fezes, diminui o risco de morte em 32% em um grupo de 46,5 mil pacientes acompanhados durante 12 anos. Este último procedimento é mais barato e simples. “A vantagem da colonoscopia é poder fazer tanto a remoção de pólipos com potencial de câncer quanto o diagnóstico precoce do tumor,” disse Benetido Rossi, especialista em câncer colorretal do Hospital Sírio-Libanês à Folha. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, Carlos Walter Sobrado, a colonoscopia é o exame ideal para realizar o rastreamento pela maior sensibilidade e especificidade, porém ele vê dificuldades de estrutura para que o procedimento possa ser massificado no país. “O Brasil não dispõe de infraestrutura nem para realizar o exame de fezes na população, muito menos para a colonoscopia. Temos falta de aparelhos nos serviços públicos e de médicos treinados e habilitados”, declarou.
BN