Estudo divulgado nesta terça-feira (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome apontou que o programa Bolsa Família foi o responsável por 28% da queda da extrema pobreza no país.
As estimativas foram feitas com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2009. O Executivo federal avalia que, se não houvesse o programa, a miséria no país teria subido 36% nos últimos 10 anos. Os dados divulgados pelos ministros Tereza Campello (Desenvolvimento Social) e Marcelo Neri (Secretaria de Assuntos Estratégicos) mostram que, atualmente, o impacto do programa na redução da miséria é quatro vezes maior do que em 2001, quando o Bolsa Família foi criado.
Segundo o levantamento do governo federal, cada R$ 1 investido na iniciativa federal de transferência de renda consegue impactar 369% a mais do que a Previdência Social no combate à extrema pobreza.
O estudo foi assinado pelos pesquisadores Fabio Vaz, Pedro Herculano de Souza e pelo ministro Marcelo Neri. A pesquisa fará parte de um livro comemorativo que será lançado pelo Ministério do Desenvolvimento Social em 30 de outubro.
Metodologia
Para chegar às conclusões sobre o reflexo do Bolsa Família na economia os pesquisadores analisaram, em um primeiro momento, o impacto da transferência sobre a renda. A maior fonte de renda dos brasileiros, de acordo com o estudo, é a renda do trabalho, que contribuiu em 54,9% para a diminuição da desigualdade no país. Logo em seguida, aparece o Bolsa Família, que reduz em 12,2% a desigualdade da renda entre os brasileiros.
Depois de medirem o impacto do programa sobre a renda das famílias, eles analisaram o impacto sobre o consumo, o aumento da produção, a geração de impostos diretos e indiretos e, ainda, sobre aumento dos gastos do governo. Ao ponderarem todas essas variáveis e compararem outras transferências de recurso, como o FGTS, os pesquisadores concluíram que o Bolsa Família é, entre todos os instrumentos de transferência de renda, o que tem mais capacidade de fazer a economia girar e aumentar o Produto Interno Bruto (PIB).
“O Bolsa Família é programa ‘pró-pobre’, e eles têm uma característica: os pobres gastam a maior parte da sua renda. Cada real que você gasta com o Bolsa Família ele dá um giro muito maior do que qualquer outro programa”, analisou Marcelo Neri.