A final do Campeonato Brasileiro de futebol, ocorrida no último final de semana, foi marcada por muita emoção, por uma gigantesca torcida, por um show de bola e, infelizmente, por violência entre torcedores. Alguma novidade até aqui? Não. Agora, reflitamos: se hoje, com a proibição do consumo de álcool nos estádios, a pancadaria rola solta depois das partidas, imaginem quando (ou se) as bebidas forem liberadas a partir da Copa de 2014.
Desta vez, quatro pessoas foram baleadas nas brigas entre torcidas em Curitiba. No Rio de Janeiro, antes mesmo do jogo entre Vasco e Flamengo, torcedores flamenguistas brigavam entre si, longe do Estádio do Engenhão. Depois do jogo a violência entre os torcedores continuou, e a polícia teve que intervir novamente para acalmar os ânimos dos “esquentadinhos”.
Com esta realidade sócio-comportamental do brasileiro, o receio sobre o aumento das brigas durante e depois das partidas com a liberação do consumo de álcool é generalizado. Os efeitos nocivos do álcool no que tange o equilíbrio do indivíduo são por demais conhecidos pela sociedade. A instabilidade de humor, a agressividade, a falta de controle sobre suas próprias ações são apenas algumas das reações adversas provocadas pelo consumo excessivo de álcool. Mesmo assim, a Fifa briga contra o Governo Brasileiro para a liberação de bebidas alcoólicas durante as partidas da Copa de 2014.
E isto tudo por quê? Por que a Fifa quer agradar os torcedores brasileiros e turistas? Evidentemente que não. Tudo gira em torno da motivação econômica. Afinal, a empresa de cerveja Brahma é a grande patrocinadora dos jogos da Copa. É revoltante constatar como os interesses econômicos sobrepõem a vida e a segurança das pessoas, ficando estes sempre em segundo plano.
E há ainda outro porém: depois da Copa, como ficaremos? Os insaciáveis torcedores aceitaram o retorno da proibição das bebidas nos estádios? Num país em que, infelizmente, ainda persistem as guerrilhas e a rivalidade de torcidas, a liberação de bebidas durante as partidas de futebol não deveria se quer ser cogitada.
Da redação