Dois dias após a saída do governo de Carlos Lupi (sexto ministro a cair por corrupção no primeiro ano de mandato da presidente Dilma Rousseff), Fernando Pimentel, braço-direito de Dilma na campanha eleitoral e agora titular da pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, é também suspeito de enriquecimento ilícito e desvio de fundos na Câmara Municipal de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, que presidiu até 2009.
Segundo denúncias na imprensa brasileira, Pimentel (do Partido Trabalhista) ganhou 833 mil euros por pareceres realizados pela sua empresa, a P-21 Consultoria e Projectos, cujos trabalhos ninguém viu. E as empresas que lhe pagaram estão de alguma forma ligadas à edilidade de Belo Horizonte. Num dos casos denunciados, uma pequena empresa do filho do sócio do ministro na P-21 pagou-lhe 166 mil euros por um parecer, dois dias depois de ter recebido verba igual de uma construtora, a HAP. O dono desta empresa, Roberto Sena, é arguido num processo por desvio de 3,7 milhões de euros numa obra realizada para a edilidade de Belo Horizonte, então chefiada por Pimentel.
Outros dois casos chamaram também a atenção dos media. Pimentel recebeu 467 mil euros por consultoria à Federação das Indústrias de Minas Gerais, liderada por um aliado, mas o trabalho não existe. E a construtora Comvap, que lhe pagou 214 mil euros, foi depois escolhida pela câmara para realizar mais obras.
Fonte: Correio da Manhã