Vinte entidades populares e organizações políticas da região se reuniram na noite desta terça-feira (21), na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Petrolina, para discutir a realização do Plebiscito Popular Por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político.
Lançado nacionalmente no 15 de novembro do ano passado, dia em que se comemora a Proclamação da República, o Plebiscito será uma ação pedagógica pautada em dois grandes eixos: o aperfeiçoamento da democracia representativa, com a reforma do sistema eleitoral, e o fortalecimento da democracia direta e participativa.
A iniciativa, que já foi utilizada em temas como a dívida externa, entrada do Brasil na Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e privatização da Vale do Rio Doce, exerce uma forte pressão política e social, permitindo que o povo brasileiro expresse a sua opinião. “O sistema político está defasado e a sociedade sabe disso. É um momento muito importante para mudar essa realidade”, destaca o presidente do STR de Petrolina, Francisco Pascoal (Chicou).
Representante de uma das 100 entidades que estão construindo nacionalmente o Plebiscito, Jucy Carvalho, da Rede de Educação Cidadã (Recid), concorda com Chicou. “A classe trabalhadora está despertando para a necessidade de retomar as ruas e espaços de luta. E o grande legado disso será a formação de uma militância jovem com consciência de seu papel na sociedade”.
“Existe a necessidade de mudança. Se a população deixar a critério de quem domina, a gente não vai a lugar nenhum”, lembra o presidente do Diretório Central dos Estudantes da Facape, Adonjones Fernandes. Até março, serão feitas duas atividades: um curso de formação e o lançamento regional do Plebiscito, no dia 20 de fevereiro. O local ainda vai ser definido.
Cartilha
Foi elaborada uma cartilha do Plebiscito Popular Por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. Alguns dados chamam a atenção para a profunda discrepância do sistema eleitoral em relação à realidade brasileira.
De acordo com o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), dos 594 parlamentares (513 deputados e 81 senadores) eleitos em 2010, 270 são empresários, 160 compõem a bancada ruralista, 73 são da bancada evangélica e apenas 91 parlamentares são considerados/as representantes dos/as trabalhadores/as, da bancada sindical.
Outro dado mostra como o sistema representativo atualmente está refém do poder econômico. Em 2008, as empresas doaram 86% dos recursos totais da campanha eleitoral. Em 2010, 91%, e, em 2012, somaram 95%. “Cada vez mais os eleitos se aproximam de seus financiadores (os donos das empresas) e se distanciam do povo, o que provoca uma justa indignação e desconfiança na sociedade”, afirma a cartilha.
Ascom Secretaria Operativa do Plebiscito Popular