O aumento recorde no consumo de energia e as chuvas fracas elevaram o aumento do despacho das térmicas. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) irá ampliar em 640 MW médios (+5,2%) a geração termelétrica a partir deste sábado (25) pelo critério de custo, para 12,791 mil MW médios. Nesta semana, o despacho estimado pelo operador foi de 12,151 mil MW médios. Essa situação pressiona significativamente o caixa das distribuidoras, uma vez que terão que comprar energia mais cara para suprir o seu mercado consumidor. O acionamento das térmicas ocorre em função de um parâmetro estimado pelo ONS, o Custo Marginal de Operação (CMO), sensível ao volume de chuvas e ao nível dos reservatórios. Quanto mais elevado for o CMO, maior será o despacho termelétrico, passando das mais baratas para as mais caras. Para a próxima semana, o CMO foi estimado em R$ 481/MWh, alta de 18,02% em relação aos R$ 407,54/MWh desta semana.
Como o chamado preço de liquidação das diferenças (PLD), balizador dos preços da energia no mercado de curto prazo, é um espelho do CMO, o PLD para a próxima semana subiu. De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o PLD subiu 18%, de R$ 410/MWh para R$ 484,83/MWh, em todas as regiões do país. Isso também pressiona o caixa das distribuidoras, que estão com parte da demanda descontratada e precisam comprar a energia ao valor do PLD. No Nordeste, o cenário é de recuperação dos reservatórios. As usinas da região operavam nesta quinta (23) com uma capacidade de armazenamento de 42,05%, 1,25 ponto porcentual acima dos 40,8% apurados na semana passada e 11,45 pontos porcentuais acima do patamar de 30,6% no mesmo dia de 2013. No acumulado de janeiro, os reservatórios do Nordeste apresentam alta de 8,2 pontos porcentuais.
Agência Estado