Em 2015, 18 anos depois do início da construção, o metrô de Salvador transportará, em média, 480 mil passageiros por dia. Pelo menos este é o plano do presidente do consórcio CCR Metrô Bahia, o engenheiro Harold Peter Zwetkoff, de 56 anos.
Convocado pela empresa a tocar o metrô soteropolitano, Zwetkoff, que já presidiu o Instituto Brasileiro Veicular (IBV) e a Controlar, diz que está empenhado em não frustrar novamente a população e garante fazer o metrô andar no próximo dia 11 de junho.
Ele aposta na expansão até Cajazeiras como um grande “benefício social” e promete concluir, até o final do mês, o projeto de viabilidade.
Quais são os prazos vigentes para o metrô de Salvador?
Tem alguns marcos contratuais estabelecidos. Os principais são: início de operação assistida em junho, início de operação comercial em 15 de setembro da Lapa até o Retiro, início de operação comercial da Lapa até Pirajá em 15 de janeiro de 2015 e, depois, uma série de outros marcos intermediários, quando começa a Linha 2.
A gente vai até a Estação Detran em outubro de 2015, Rodoviária, Imbuí, Pituaçu e Centro Administrativo em abril de 2016, Mussurunga em outubro de 2016, junto com Flamboyant e Bairro da Paz, e depois Aeroporto, em 15 de abril de 2017. Ou seja, até abril de 2017, a gente conclui a instalação do metrô, da Linha 1 e da Linha 2, do que tem hoje previsto.
Existe, ainda, uma possibilidade de extensão de Pirajá até Águas Claras e Cajazeiras, mediante uma proposta que foi apresentada ao poder concedente, que tem que se posicionar se quer ou não quer fazer – tudo indica que sim – e uma extensão do Aeroporto a Lauro de Freitas.
Na Copa, o metrô levará torcedores ao estádio?
Uma coisa é a operação comercial normal, que começa em 15 de setembro. Antes, tem esse período de três meses de operação assistida, um prazo que é dado para o metrô e para os usuários começarem a interagir e entenderem como é que funciona e fazer os ajustes finais.
Isso começa em 11 de junho, com horário reduzido, sem cobrança de tarifa. Ao invés de funcionar de 5h até meia noite, funciona das 12h às 16h.
O trecho da Linha 1 começa a funcionar ainda sem a estação da Bonocô. Construir o elevado foi um erro?
Quando foi assinado o contrato, foram feitos vários marcos contratuais. A Estação Bonocô não consta do primeiro marco, ela está no terceiro marco – Lapa, Brotas, Campo da Pólvora e Acesso Norte, Retiro. É muito difícil avaliar uma decisão tomada no passado com as condições locais.
Tem uma série de justificativas que eu acho tecnicamente perfeitas. Tem três formas de fazer: enterrado, de superfície ou elevado. Enterrado é muito mais caro, de superfície você tem uma interferência muito grande com o trânsito e desapropriações. E elevado, no caso, deve ter sido a operação mais econômica. A decisão à época, eu tenho certeza que foi a melhor. Hoje, em função de outras demandas ambientais e estéticas, pode ser que a decisão tivesse sido outra.
No edital consta que algumas estações têm que ter estacionamento, além de locais para bicicleta. A ideia é essa, que a pessoa vá de carro até a estação?
Existe essa obrigação com relação a bicicletas. A bicicleta é um ponto fundamental de sustentabilidade, de mobilidade nas grandes cidades, além de ser saudável. Apesar de a temperatura de Salvador não ajudar muito e ter muita ladeira, também.
Então, existe a obrigação de colocar bicicletários e nós vemos com bons olhos. É uma forma fácil de integração, tendo em vista que o metrô te dá uma regularidade de viagem, uma previsibilidade, faça chuva ou faça sol, mas não tem a capilaridade que um sistema de transporte metropolitano precisa ter. Então, muitas vezes, você vai de bicicleta.
Existe a obrigatoriedade para estacionamento de carros?
Não existe, mas nós vamos em algumas estações buscar fazer essa integração com o automóvel, também, que é um público a atrair.
Qual a previsão de fluxo de passageiros no trecho até o Retiro depois da Copa?
A demanda de metrô tem um crescimento ao longo do tempo. No dia que nós inaugurarmos, uns curiosos vão querer saber como é. A adoção de um modal de transporte diferente é demorada. Nós achamos que no primeiro ano as pessoas vão aderindo aos poucos.
Posso te dar números aproximados: em 2015, média aproximada de 480 mil passageiros por dia; em 2016, de 550 mil por dia; em 2017, de 510 mil passageiros por dia; em 2018, 530 mil passageiros por dia e em 2019, média aproximada de 550 mil passageiros por dia.
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