Como forma de incentivar a sustentabilidade e o cuidado com o meio ambiente, a Prefeitura Municipal de Petrolina vai lançar na próxima terça-feira (24), às 10h, no Gabinete Municipal, o Programa de Coleta Seletiva do município. A ação pretende auxiliar o trabalho de coleta domiciliar do lixo dando a destinação correta e utilizando o reaproveitamento dos materiais como forma de geração de renda.
O sistema será implantado por etapas até atender todo o município. Na primeira fase, serão envolvidos os moradores de condomínios. O programa pretende possibilitar o desenvolvimento da cadeia produtora dos catadores de lixo que passarão a reciclar esse material, e criar uma rede de conscientização entre os carroceiros e donos de caminhões quanto ao despejo incorreto de lixo em terrenos públicos e privados.
“Empenhados com o projeto de cuidar das pessoas, uma das alternativas, sem dúvidas, é fazer funcionar efetivamente um programa de reaproveitamento do lixo em Petrolina. Assim, além de manter a cidade limpa e reduzir o lixo nos aterros é possível gerar renda para famílias e solucionar o problema com os carroceiros que jogam todo tipo de material em qualquer lugar da cidade”, explicou o Secretário de Infraestrutura, Ricardo Rocha.
Em parte desse projeto, os carroceiros serão beneficiados através do ‘Programa Municipal Carroceiro Cidadão’, que pretende disciplinar o uso de carroças no município. Devidamente cadastrados pela Associação dos Carroceiros de Petrolina (Acape), 160 trabalhadores de 31 bairros terão pontos discriminados para o despejo de entulho e restos de poda. Os pontos serão escolhidos pela Secretaria de Ordem Pública e líderes comunitários em todos os bairros. Nesses locais, os caminhões da Prefeitura farão a limpeza periodicamente.
Funcionamento da Coleta Seletiva
Executado em três etapas até atender finalmente todo o município, na primeira fase, etapa piloto, serão atendidas e convidadas a colaborar pessoas residentes em condomínios, seguidas pelos comerciantes. Para auxiliar o trabalho, essas localidades ganharão coletores especiais com identificação para lixo seco (plástico, papel, papelão, latas) e orgânico (restos de comida, frutas, legumes e verduras – FLV –, borra de café, casca de coco, óleo de cozinha).
Enquanto isso, os demais carroceiros do município continuarão sendo cadastrados e identificados com placas em suas carroças para regulamentação e fiscalização do serviço. Também como incentivo à coleta seletiva, o público-alvo passará por cadastro para participar de sorteios de brindes; através da coleta premiada. Para fazer o cadastramento, os moradores, proprietários de condomínios e comerciantes precisarão do nome completo, número do Cadastro de Pessoa Física (CPF) e RG para pessoa física; e CNPJ para comércio que envolverá ainda escolas e hospitais. Todos os participantes também receberão um certificado, atestando a contribuição com o meio ambiente.
Panorama Nacional
Na contramão do que se esperava em razão dos avanços ambientais, nos últimos anos foi verificada a redução da quantidade de cidades que dispõem de alguma iniciativa de coleta seletiva. Segundo o último levantamento anual da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), intitulado “Panorama dos resíduos sólidos no Brasil”, quase 10% dos municípios brasileiros desistiram da prática de promover a separação do lixo seco — potencialmente reciclável — do orgânico. Entre 2007 e 2009, 496 cidades deram um passo para trás e abandonaram a coleta seletiva.
Enquanto em 2007, 3.593 municípios brasileiros (65%) adotavam naquele ano alguma prática relacionada à separação do lixo reciclável, da simples disponibilidade de pontos de entrega dos resíduos à instalação ou financiamento de usinas de reciclagem, em 2009, conforme o panorama divulgado pela Abrelpe, a quantidade de cidades que incentivavam a coleta seletiva caiu para 3.152, o que representa 56,6% dos municípios brasileiros.