O boom das academias de ginástica no Brasil nos últimos anos tem feito com que o país caminhe para assumir a liderança mundial nos negócios voltados para a prática de atividade física. Atualmente, o país só tem menos empresas nesse segmento que os Estados Unidos e, enquanto a quantidade de empreendimentos americanos é praticamente estável há três anos (cresceu apenas 0,7% de 2009 a 2012), o número de empresas do tipo no Brasil cresceu 29% no mesmo período.
Além disso, o país tem uma proporção per capita de academias de ginástica superior à americana. Nos Estados Unidos existe um estabelecimento para cada 10,5 mil americanos. Aqui, essa proporção é de uma academia para cada 9,1 mil pessoas. Em números absolutos, os EUA contam atualmente com 29.960 empreendimentos, contra os 21.760 negócios brasileiros.
Por trás desse fenômeno está a preocupação com um corpo saudável e atlético, que alimenta um mercado bilionário. Um diagnóstico sobre o setor feito pelo Sebrae revela que as 21.760 academias brasileiras tem 2,8 milhões de alunos matriculados. O segmento gera aproximadamente 317 mil empregos formais para profissionais de educação física e movimenta cerca de R$ 2,45 bilhões por ano. O crescimento de 29% em três anos representou a criação de 4.948 novos negócios no período.
“Esse desempenho indica que o setor não está tão vulnerável às oscilações da macroeconomia, graças a vários fatores, como a popularização da prática de esportes, a cultura brasileira que valoriza a boa aparência e forma física, o aumento da expectativa de vida da população e a nova composição de classes socioeconômicas no país”, explica o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.
Apesar desse crescimento, o Brasil ainda ocupa a 10ª posição mundial no que diz respeito à receita das academias, o que aponta para um baixo nível de maturidade na gestão dos empreendimentos. “As micro e pequenas empresas precisam ter foco em produtividade para minimizar custos, aumentar a lucratividade e o nível de competitividade. Além disso, elas devem estar atentas às novas tendências, às inovações do mercado e ao ambiente legal dos negócios para aproveitarem o potencial de crescimento desse setor nos próximos anos”, ressalta Luiz Barretto.
Das 21.760 academias do país, 99,75% são micro ou pequenas empresas e o Sebrae tem atuado para fortalecer esses empreendimentos. No período de 2010 a 2013, foram realizados quase 21 mil atendimentos junto a 10.925 empresas. Agora, a instituição inicia um esforço nacional para que esses negócios sejam atendidos de acordo com as suas características regionais e tem estimulado a troca de experiências e o cooperativismo para que os empresários alcancem seus objetivos de forma mais rápida. “O segmento de academias ainda atende apenas 1,4% da população brasileira, o que mostra um grande potencial de mercado. Mas, para isso, as academias precisam se profissionalizar”, acrescenta o presidente do Sebrae.
No total, 68% (14.805) das empresas desse setor no país estão concentradas em seis estados, sendo três da região Sudeste (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro), dois da região Sul (Rio Grande do Sul e Paraná) e um da região Nordeste (Bahia). São Paulo é o campeão nacional em número de academias com 6.349 empreendimentos e, na região Sudeste, chama a atenção o fato de Minas Gerais ter um número de empresas maior que o Rio de Janeiro – 2.294 contra 1.969 respectivamente.