O sol torrencial e a falta d’água na região deve permanecer por mais um tempo, agravando ainda mais a situação do homem do campo, que está com sua criação comprometida e sofrendo as lastimáveis consequências da estiagem. O mês de março que naturalmente chove com mais freqüência foi atípico no Vale do São Francisco.
O sertão pernambucano e o norte da Bahia atualmente registram a mais grave seca dos últimos anos, em entrevista ao Programa Nossa Voz, o metereologista do Laboratório da Univasf, o professor Mário Miranda, disse que não há previsão de chuva e sim a “esperança” da queda de chuviscos nos próximos dias. O que será insuficiente para abastecer os reservatórios e o armazenamento em aguadas e tanques.
De acordo com o metereologista, a chuva que ocorreu em Petrolina acumulou 2,5ml, mas não foi suficiente, já na região norte e nordeste de Pernambuco registrou nos últimos dias um acumulo de água da chuva de 137 ml, superando a média 120ml na região, mas foi à única queda água ocorrente.
Ele explica a falta de chuva ainda deve permanecer nos lugares mais atingidos pela falta de chuva como norte da Bahia e oeste de Pernambuco, já que um centro de alta pressão, que geralmente fica instalado no Oceano Atlântico, na costa da Bahia, este ano, inexplicavelmente se alojou em cima das regiões nordeste do Brasil, impedindo a formação de nuvens. “Este fenômeno é um dos grandes responsáveis pela não formação de nuvens de chuvas e conseqüentemente impede que ocorram às chuvas. Nós ainda não conseguimos interpretar este fenômeno da natureza”, disse.
Portanto, segundo o professor, nos próximos 10 dias não há possibilidades de chuvas, que possivelmente no noroeste pernambucano em direção ao Estado de Piauí ainda tenha chuva, já que as imagens de satélite mostram formação de nuvens. “Se essas nuvens chegarem aqui pode ter um chuvisco, com pouca presença de água”, acrescenta.
Apesar da falta de perspectiva de chuvas para os próximos dias, Mário Miranda dá uma esperança ao agricultor.“Nesses anos atrapalhados há lugares que chovem fora de época”, torce.
Por Mônia Ramos
Foto ilustrativa