Hoje cedinho vi um senhor de 95 anos caminhando com elegância e vigor. Ele sorria e cumprimentava a todos com alegria estampada no brilho dos seus olhos e um sorriso franco e amigo nos lábios que expressavam contentamento. A sua postura era altiva. Porém, estava mais para a nobreza do que para a arrogância e revelava alguém que, embora já tendo vivido bastante, preserva na alma a essência de um ser que percebe cada instante da existência e “o vive em sua plenitude, intensidade e beleza”.
Amei “ler” e “ver” tudo isso na postura daquele senhor idoso digno e admirável. Engraçado que eu já o vira antes, mas somente hoje me disseram a sua real idade, a qual ele não aparenta nem de longe, e isso mudou toda minha percepção acerca dele.
Penso que assim deva ser a nossa vida. O olhar que lançarmos sobre cada circunstancia que nos surja mudará toda a nossa vivência relacional e percepção da realidade. Primeiro com a gente mesmo, intrinsecamente, e depois com as pessoas e o mundo que nos cerca. Lembremos que “se nossos olhos forem puros, todo o nosso ser será puro”, diz a Bíblia.
Precisamos nos conformar com a realidade da vida. Com o fato de que cada etapa ou momento de nossa existência é comparável às estações do ano. Elas se repetem e se renovam para manter ativo o ciclo da vida. Temos a nossa primavera que representa o frescor da vida, nosso verão que espelha o vigor intenso da juventude e o nosso outono que tipifica a época em que o amadurecimento vem pelo recolhimento interior, ponderações e seleção que preserva apenas o que realmente for relevante. Por fim temos nosso inverno que encerra o ciclo da vida. Vida que se renova a cada dia, em cada um de nós, na manifestação auspiciosa do maravilhoso amor de Deus.
Vivamos “cada estação” com a intensidade de quem percebe a vida com todas as suas nuances e usufrui da plenitude de cada uma delas. Boa reflexão.
Pastor Teobaldo – Teólogo, Educador, Psicanalista