Dez anos depois de serem absolvidos em júri popular, dois acusados de integrarem a chamada ‘Máfia do açúcar” vão a novo julgamento. A Justiça pernambucana anulou a decisão do júri ocorrido em 2013, em Petrolina, que absolveu os acusados Alcides Alves Bezerra e Carlos Alberto Campos sob fundamento de manifesta contrariedade do veredito com a prova dos autos.O novo júri será realizado na quarta-feira (9), mais uma vez, na vara de Petrolina.
O caso tramita na justiça de Pernambuco desde 1996 e foi marcado por muitas manobras jurídicas .Em 08 de outubro de 1996, na presença de sua esposa, o auditor fiscal José Raimundo Aras foi assassinado por um pistoleiro no jardim de sua casa, sendo alvejado por diversos tiros. O auditor investigava a chamada “Máfia do açúcar”, envolvendo casos de sonegação fiscal na divisa entre Bahia e Pernambuco por parte de empresários atacadistas. As investigações apontavam que,supostamente, esses empresários estavam na lista de compradores de açúcar com notas frias para sonegar ICMS.
Alcides Alves Bezerra, Carlos Alberto Campos e Francisco Assis Barreto foram apontados, supostamente,como mandantes do crime. Francisco Assis foi condenado a 17 anos de prisão, enquanto Alcides Alves e Carlos Alberto foram absolvidos.
Apesar do novo julgamento marcado, o Ministério Público do Estado de Pernambuco cobra a apresentação de um dossiê que nunca foi colocado como prova aos autos.
Esse dossiê teria sido entregue pela viúva e pelo chefe da vítima em uma delegacia de Petrolina. No documento, constariam as autuações contra empresários.
Na próxima quarta-feira, o alvo do julgamento será Alcides. O júri de Carlos Alberto ainda não foi marcado. Sem as provas apresentadas e com um novo júri marcado, uma década depois da absolvição dos acusados, se questiona qual a verdade real diante de um caso tão emblemático e difícil, no mais amplo sentido da palavra !
A motivação do crime foi por conta do exercício da atividade profissional da vítima. Será que os acusados aceitarão , no caso de condenação ,o resultado do julgamento, que pode implicar na sua prisão imediata pela recente decisão do Supremo Tribunal Federal ?
Fica a pergunta no ar e o anseio de que a Justica seja feita e a verdade venha a tona .