Depois da condenação a 18 anos de prisão fechada do pistoleiro Carlos Roberio Vieira Pereira, por homicídio qualificado, em novembro de 2012, acusado pelo promotor Júlio César Soares Lira, que sustentou a tese de homicídio duplamente qualificado, a Justiça de Pernambuco, 17 anos após o crime, leva a júri popular no Fórum desta cidade, como mandantes do assassinato, os empresários atacadistas Francisco de Assis Lima, vulgo Barateiro; Carlos Alberto da Silva Campos, vulgo Chicletão e Alcides Alves de Souza.
Pai do atual procurador Federal Vladimir Aras, irmão do advogado e ex-deputado Roque Aras, o também sociólogo José Raimundo Aras foi morto a tiros no jardim de sua casa, em Petrolina, em outubro de 1996, quando tentava esclarecer sonegações fiscais na comercialização do açúcar, promovidas por uma quadrilha que atuava na divisa da Bahia com Pernambuco, sonegando o ICMS na venda do produto, numa operação conhecida na região entre Juazeiro e Petrolina, como a “Máfia do Açúcar”.
Os empresários acusados pela morte do auditor estavam na lista de compradores que adquiriam a mercadoria com notas frias, provocando milionária fraude fiscal aos cofres públicos, porém ainda não tinham sido julgados, pois sempre a defesa alegava problemas de saúde.
Finalmente a Promotoria pediu a prisão preventiva dos réus, sustentando ser a ausência deles no Tribunal simples manobra a fim de adiar o julgamento. Recebendo uma representação por excesso de prazo, o Conselho Nacional de Justiça foi obrigado a intervir no processo para conseguir o seu andamento dentro da Meta 2 da ENASP – Estratégia Nacional de Segurança Pública, implantada pelo Conselho Nacional do Ministério Público. (TB)