O advogado Luiz Flávio D’Urso, contratado pela família de Marcos Matsunaga, afirmou nesta quarta-feira (30) que quer que Elize Matsunaga seja ouvida apenas depois da exumação do corpo da vítima, que estaria prevista para os próximos dias, segundo o assistente de acusação. A afirmação foi feita por volta das 9h45, na entrada do Fórum da Barra Funda, Zona Oeste de capital, onde a mulher e a amante de Marcos Kitano Matsunaga deverão ser ouvidas pela primeira vez pela Justiça de São Paulo.
A bacharel em direito Elize Araújo Kitano Matsunaga está presa preventivamente, acusada de matar e esquartejar o empresário do ramo alimentício após descobrir a traição do marido com a modelo Nathalia Vila Real Lima. O crime foi cometido em 19 de maio de 2012 no apartamento onde o casal morava com a filha de um ano, na Zona Oeste da capital paulista.
“Considerando que foi deferido o pedido de exumação, penso que o ideal seria primeiro realizar a exumação, fazer nova perícia e depois o interrogatório de Elize. Até porque o interrogatório do réu é o último ato da instrução. Assim sendo, seria uma inversão de provas realizar o interrogatório dela hoje, posteriormente a perícia complementar consequente da exumação e depois, certamente, um novo interrogatório. Isso atrasaria ainda mais o processo”, disse D’Urso à imprensa, na chegada ao Fórum.
Elize, de 31 anos, e Nathalia, de 24, deverão ser ouvidas nesta manhã pelo juiz Adilson Paukoski Simoni, da 5ª Vara do Júri. A imprensa e a população não poderão acompanhar os trabalhos. Nathalia chegou ao Fórum pouco antes das 10h, acompanhada de sua advogada.
O promotor do caso, José Carlos Cosenzo, reafirmou a tese da existência de uma terceira pessoa na cena do crime. “A certeza material nós temos, agora cabe ao Ministério Público e à polícia identificar essa pessoa.Temos um rol grande de suspeição, mas ele está se afunilando”, afirmou, ao chegar ao Fórum, nesta manhã. De acordo com o promotor, o prédio que que moravam Marcos e Elize permite a saída de pessoas sem o registro pelas câmeras de segurança.
Também na entrada do Fórum da Barra Funda, o advogado de Elize, Luciano Santoro, afirmou, antes de entrar na sala de audiência, que a sua cliente foi orientada a falar a verdade. “Ela está ansiosa para falar”, disse.