Por Jacqueline Santos

A paisagem natural das margens do Rio São Francisco, onde as barquinhas atracam, está mudando. De acordo com o agrônomo José Uilson Chaves as navegações, que fazem diariamente a travessia Juazeiro/Petrolina, estão causando um grave processo de erosão na margem do lado de Juazeiro.
Segundo o agrônomo, ao atracar, as barquinhas empurram a areia do seu lugar natural provocando uma depressão que reflete no rio. “O primeiro problema que acontece é que a barquinha retira a vegetação nativa. Essa vegetação serve como uma tela que protege a terra”, apontou.
José Uilson explicou, ainda, como acontece o processo de assoreamento causado por esta prática cotidiana. “A barquinha começa a cavar como uma concha de uma retroescavadeira e essa terra fica toda solta. Quando o nível da água sobe toda essa terra é levada para o leito do rio, causando assoreamento, ou seja, fazendo com que essa terra se instale no fundo do rio interferindo na topografia do seu leito”, explicou. Com o assoreamento, o rio fica impedido de comportar uma grande quantidade de água, provocando seu transbordamento em épocas de grande quantidade de chuvas.

De acordo com o agrônomo a depressão já está em torno de um metro e cinquenta centímetros de desnivelamento, comprometendo a estrutura do cais, pois está sendo retirado o aterro que o protege da sustentação. A estrutura de paralelepípedo construída pela prefeitura também está sedo degradada por conta das rampas de acesso das barcas.
Uma das soluções apontadas pelo agrônomo seria uma mudança nas rampas de acesso das barcas. “As barquinhas teriam que ter uma rampa de acesso flexível que possam ser levantas de acordo com o nível da água, para evitar que ela cause esse dano com a remoção da terra. Para isso é necessário que as barquinhas tenham e utilizem um tipo de catraca que possibilite que os barqueiros regulem o ângulo e altura para que, assim, a terra não seja removida”, ressaltou.
Além da regulação das rampas, outra solução, de acordo com José Uilson, seria a construção de um ancoradouro, para que as embarcações não precisem chegar até a areia ou a vegetação para desembarcar seus passageiros.
O Diário a Região tentou entrar em contato com a Secretaria de Meio Ambiente e Ordem Pública (Semaop) de Juazeiro para esclarecimentos sobe o problema, porém não conseguiu contatá-la.








