Dando prosseguimento ao cronograma de audiências públicas para apresentação e implantação do Programa Água para Todos nos municípios sob jurisdição da 6ª superintendência regional em Juazeiro, a Codevasf promoveu em Santa Brígida, no norte da Bahia, um encontro com a comunidade no Plenário João Alves de Matos da Câmara de Vereadores.
Na ocasião, o coordenador regional do PAPT, Joselito Menezes, fez uma palestra destacando as cinco linhas de ação do programa: cisternas, barreiros, poços tubulares, sistema simplificado de abastecimento d’água e pequeno sistema de irrigação localizada. Além disso, o técnico da Codevasf explicou as regras gerais para uma família ser beneficiada: inscrição no cadastro único do Governo Federal; possuir renda per capita de até R$ 140,00, morar na zona rural, e ter residência coberta com telhado de barro, para que seja montado o sistema de captação de água da chuva.
Para o prefeito de Santa Brígida, Eugênio José de Souza, a situação atual da seca “está gravíssima, e estamos dependendo de um reforço em todos os sentidos para combater este problema utilizando a ajuda do Governo, porque sem a mesma não poderemos sair dessa situação”.
A presidente da Associação de Moradores da Zona Rural de Paulo Afonso, Quitéria Socorro Ferreira, destacou a importância do PAPT para o município: “A chegada deste programa está sendo numa hora muito boa porque não temos como captar água da chuva e não vai só servir para beber como também para outros usos”.
O Governo Federal, através do Ministério da Integração Nacional e da Codevasf, deverá instalar no município cerca de 960 cisternas de polietileno com capacidade para 16 mil litros de água, totalizando um investimento da ordem de R$ 5 milhões. A ação faz parte do Plano Brasil sem Miséria.
Na próxima semana haverá a formação de um Comitê Gestor Municipal, que será responsável por todas as ações do programa no município, desde seleção das localidades onde serão colocadas as cisternas, passando pela capacitação das famílias beneficiadas até o controle e fiscalização do uso racional da água. Esse comitê será formado por integrantes de entidades representativas da sociedade santa-brigidense (sindicatos dos trabalhadores rurais, associações de produtores, cooperativas agrícolas) e do poder público (governos federal, estadual e municipal).
Abastecimento
Em Santa Brígida, município com cerca de 15 mil habitantes, o abastecimento d’água é feito basicamente com o uso mensal de caminhões-pipa, sendo cinco administrados pelo Exército e dois pela Prefeitura, além de uma adutora da Embasa e algumas aguadas. Ao todo, são cerca de 100 comunidades na zona rural, sendo os povoados de Minuim, Marancó, Araujo, Km 40 e Colônia os maiores.
Em Santa Brígida destaca-se o comércio em uma feira semanal, realizada ao ar livre nas segundas-feiras, que atrai pessoas da sede, zona rural e muitos ambulantes da região e até de outros estados. Nesta feira são comercializados carne, frutas, verduras, peças de artesanato em couro e palha, roupas, doces, queijos, etc…
Segundo os moradores, a terra é propícia para agricultura (mandioca, algodão, feijão, milho e caju), e ainda ao turismo religioso, ecoturismo, e desenvolvimento de cadeias produtivas de caprinovinocultura, bovinocultura e apicultura,
Além de Santa Brígida, os técnicos da 6ª superintendência regional da Codevasf, sediada em Juazeiro percorrerão as cidades de Umburanas, Morro do Chapéu, Jacobina, Miguel Calmom, Mirangaba e Ourolândia, municípios onde deverão ser instaladas um total previsto de 8297 cisternas.