Alves diz que vai retardar análise de proposta que tira poder do Supremo

alvesO presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nesta quinta-feira (25) que não pretende instalar imediatamente comissão especial para analisar Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que dá ao Congresso poder de derrubar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

A proposta, de autoria do deputado Nazareno Fontelles (PT-PI), prevê que, quando o STF decidir pela inconstitucionalidade de uma emenda à Constituição, o Congresso poderá reavaliar o ato do tribunal. Se parlamentares discordarem da posição do Supremo, a questão, segundo o projeto, será decidida em um plebiscito popular. A proposta também estabelece que, para o STF declarar a inconstitucionalidade de uma norma, serão necessários os votos de nove dos 11 ministros. Atualmente, bastam seis.

Henrique Alves afirmou que, sem uma “definição muito clara” sobre a legalidade da PEC, não instalará a comissão especial para avaliar a proposta. Pelo Regimento Interno da Câmara dos Deputados, depois de aprovada na CCJ e antes de ser votada pelo plenário, uma proposta de emenda constitucional precisa ter a admissibilidade e o mérito analisados por uma comissão especial, formada especificamente para esse fim.

“A decisão da CCJ realmente foi uma decisão inusitada e nos surpreendeu a todos. Eu estou pedindo o levantamento do aspecto jurídico da questão, mas certamente a comissão especial eu não vou instalar enquanto não tiver uma definição muito clara”, declarou Alves.

Durante posse da nova diretoria da Frente Nacional de Prefeitos, o vice-presidente Michel Temer disse nesta quinta que houve “demasia” da CCJ.

“Eu lamento até dizer isso, mas acho que houve uma demasia. Na verdade, a palavra última há de ser sempre do Poder Judiciário, especialmente em matéria de constitucionalidade e mesmo em matéria da vinculação de uma determinada decisão para os tribunais inferiores. Houve uma demasia”, afirmou.

Restrição ao Supremo

A proposta de Fontelles foi aprovada na CCJ da Câmara na manhã desta quarta (24). Na noite do mesmo dia, ao analisar mandado de segurança impetrado pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), o ministro Gilmar Mendes determinou ao Congresso que suspenda a tramitação do projeto que prejudica novos partidos, ao restringir a cota do fundo partidário e o tempo de TV de agremiações a serem criadas.

Apesar do aparente conflito entre os dois poderes, o ministro Dias Toffoli, do STF, disse nesta quinta que não há crise entre Judiciário e Legislativo. No dia anterior, dois colegas dele, os ministros Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes, tinham criticado a aprovação da PEC pela CCJ da Câmara. Mello classificou a decisão de “retaliação”. Mendes falou em “reação” dos parlamentares a decisões do Supremo.

“Vivemos numa absoluta normalidade democrática e não se pode imaginar que uma decisão do Legislativo seja retaliação, como não o é uma decisão do Judiciário. Isso são os Poderes funcionando. Quem quer ver crise nisso quer criar crise, porque crise não há”, afirmou Toffoli.

O presidente da Câmara, Henrique Alves, disse que estranhou a decisão do STF de suspender tramitação no Congresso do projeto de lei que prejudica novos partidos porque, segundo ele, “foi uma decisão soberana desta Casa, de forma democrática e transparente”.

Foto: Luis Macedo/ Agência Câmara

Leave a Comment

Your email address will not be published.

Política Relevantes

Alckmin diz que governo tentará acordo antes do prazo para tarifaço

post-image

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Geraldo Alckmin, liderou nesta terça-feira (15) duas reuniões com empresários dos setores industrial e agropecuário. Ao lado de outros ministros e secretários, Alckmin recebeu informações sobre o panorama das áreas diante da decisão dos Estados Unidos de aumentar para 50% as tarifas de importação de produtos brasileiros.

Os empresários manifestaram confiança nas negociações conduzidas pelo governo federal e defenderam que não sejam adotadas medidas de retaliação. A produção industrial e agropecuária já registram uma série de prejuízos.

Algumas associações chegaram a defender nesta terça-feira que o Brasil peça adiamento do início da vigência das novas tarifas, fixado em 1º de agosto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Alckmin destacou que a intenção do governo é avançar ao máximo dentro desse prazo e alcançar…

Read More
Política Relevantes

Governo publica decreto regulamentando Lei de Reciprocidade Comercial

post-image

O decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, regulamentando a Lei de Reciprocidade Comercial, foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira (15). A norma autoriza o governo brasileiro a suspender concessões comerciais, de investimentos e de obrigações a países que imponham barreiras unilaterais aos produtos do Brasil no mercado global.

O decreto cria o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais. Esse comitê será o responsável por decidir sobre a aplicação das providências comerciais em resposta às medidas unilaterais de outros países.

A edição do decreto ocorre dias após o governo dos Estados Unidos anunciar a imposição de tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras para aquele país. Segundo o presidente norte-americano Donald Trump, a nova tarifa passará a valer a partir de 1º de agosto.

Política Relevantes

PGR pede condenação de Bolsonaro e mais 7 réus por golpe de Estado

post-image

Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta segunda-feira (14) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete réus do núcleo 1 da trama golpista.

A manifestação foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, por volta das 23h45, e faz parte das alegações finais, a última fase antes do julgamento dos acusados, que deve ocorrer em setembro deste ano.

No documento, que tem 517 páginas, o procurador-geral, Paulo Gonet, defende que Bolsonaro e os demais réus sejam condenados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

As penas máximas para os crimes passam de 30 anos de prisão

Além de Bolsonaro, a PGR pediu a…

Read More
Política Relevantes

Lula visita Juazeiro no próximo dia 17 de julho e deve anunciar investimentos na saúde

post-image

Juazeiro vai receber, no próximo dia 17 de julho, a visita do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em um momento simbólico: o mês de aniversário da cidade. Esta será a primeira vez que Lula visita Juazeiro desde o início de seu terceiro mandato.

Com exclusividade para a RedeGN, foi confirmado que o presidente deverá anunciar novos investimentos para a Rede Interestadual de Atenção à Saúde do Vale do Médio São Francisco, a conhecida Rede PEBA, que integra municípios da Bahia e de Pernambuco em uma cooperação federativa voltada ao atendimento em saúde de média e alta complexidade.

Os detalhes do pacote de investimentos ainda não foram divulgados pelo Palácio do Planalto, mas a expectativa é de que envolvam a ampliação dos serviços e da infraestrutura hospitalar que atende milhares de pessoas na região.

Política Relevantes

Guerra Comercial: Trump pode lançar bombas atômicas no Brasil, diz Flávio Bolsonaro

post-image

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) defendeu que o governo Lula (PT) ceda às pressões externas impostas pelos Estados Unidos após a taxação de 50% sobre as exportações brasileiras, anunciada pelo presidente Donald Trump.

Em entrevista à CNN Brasil, o filho “01” de Bolsonaro fez um alerta a população brasileira usando uma metáfora sobre bombas atômicas, caso os pedidos de Trump não sejam acatados.

“Não estamos em condições normais de exigir nada. Ele vai fazer o que ele quiser, independente da nossa vontade. Cabe a nós termos a responsabilidade de evitar que caiam duas bombas atômicas no Brasil, para depois anunciar que vamos fazer anistia”, disse.

A declaração do senador leva em conta as falas do chefe da Casa Branca sobre o seu pai. Isso porque Trump mencionou que o Judiciário do país vem realizando…

Read More
Política Relevantes

Inss: Aposentados e pensionistas podem aderir a acordo a partir desta sexta (11)

post-image

A partir desta sexta-feira (11), os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vítimas dos descontos ilegais de mensalidades associativas poderão aderir ao acordo de ressarcimento proposto pelo governo federal.

Homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o plano de restituição dos valores deduzidos sem a autorização dos segurados do INSS é fruto de um acordo entre o Ministério da Previdência Social, o INSS, a Advocacia-Geral da União (AGU), a Defensoria Pública da União (DPU), o Ministério Público Federal (MPF) e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

Aderindo ao acordo, os segurados com direito à reparação financeira receberão em suas contas, em uma única parcela e sem precisar aguardar por uma decisão judicial, todo o valor descontado ilegalmente entre março de 2020 e março de 2025, corrigido pelo Índice Nacional de Preços…

Read More
Política Relevantes

Lula deve discutir com Hugo proposta de ampliação de deputados

post-image

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve discutir com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), a proposta de aumento do número de deputados federais.

O petista ainda não tomou uma decisão se irá sancionar ou vetar a proposta. Sinalizou, no entanto, preferência por deixar a sanção do projeto de lei caducar para que o Poder Legislativo promulgue a proposta.

A ideia é de que, antes de anunciar a sua decisão, Lula consulte Hugo Motta, principal defensor da proposta. E também converse, na próxima semana, com a equipe jurídica da Presidência da República.

O prazo do presidente é 16 de julho. A ideia é de que ele converse com a equipe jurídica no dia 14 de julho. E, ainda neste semana, se reúna com o presidente da Câmara dos Deputados.

Política Relevantes

Trump ameaça países que se alinhem ao Brics com tarifa de 10%

post-image

“Reiteramos nosso apoio a um sistema multilateral de comércio baseado em regras, aberto, transparente, justo, inclusivo, equitativo, não discriminatório e consensual,…

Em meio à reunião de cúpula do Brics, que ocorre no Rio de Janeiro, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ameaçou taxas extras a produtos de países que se alinhem ao grupo, formado por 11 nações, entre elas, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A publicação foi feita em seu perfil na rede Truth Social.

“Qualquer país que se alinhe às políticas antiamericanas do Brics será taxado com tarifa extra de 10%. Não haverá exceções a essa política. Obrigado pela atenção em relação a essa questão”, escreveu Trump.

No domingo (6), a declaração de líderes do Brics criticou medidas protecionistas adotadas no comércio global. 

“Reiteramos nosso apoio a um sistema multilateral de comércio baseado em regras, aberto, transparente, justo, inclusivo, equitativo, não discriminatório e consensual,…

Read More