O maior teste do amor não é vencer o ódio, mas sim amar quem não nos ama. Um amor verdadeiro é aquele desinteressado, baseado no sentido mais puro e sincero de apego não ao outro, mas sim à sua necessidade. Na verdade, todos nós sem exceção alguma, já fomos objeto desse tipo de amor, da parte de alguém por nós, em algum momento da vida. Só que com o passar do tempo vamos nos esquecendo e onde deveria florescer a bela flor da gratidão floresce o duro e espinhento cacto do esquecimento trazendo consigo a flor do orgulho e da ingratidão ressentida. Ame-se e se perdoe para crescer e vencer na vida. Aceite ser amado.
Amar não é fruto do acaso, mas sim de uma escolha. Uma mãe pode carregar um filho nove meses em seu ventre e ao vê-lo rejeitá-lo. Uma outra mulher como mãe adotiva pode gerar por essa mesma criança rejeitada um sentimento terno de proteção e amor sincero que suprirá no infante sua carência afetiva. Logo, amar sempre será uma escolha.
Quando falamos de amor romântico, o confundimos muitas vezes com um amor meramente erótico, baseado na atração física ou em alguma paixão desenfreada que inibe o raciocínio lógico e induz seu portador a atos e ações compulsivas libidinais, inimagináveis ou impensadas. Contudo, o amor do qual falo é muito mais elevado, profundo e altruísta. Ele até pode, e precisa, existir em uma relação romântica, na qual também é essencial para que esta perdure e dê certo, mas também precisa existir em outras formas de relação afetiva. Refiro-me a um amor que se doa que prioriza o outro como ser amado e protegido, enquanto objeto da atenção, afeição carinho e dedicação de quem o ama.
Um exemplo cristão mais que perfeito é o amor de Deus pelo homem. Ele tinha um único Filho e o doou pela humanidade. Seu Filho morreu para que a humanidade tivesse representante ao Seu lado e assim pudesse ter quem por ela intercedesse. Por isso, devemos amá-lo: Porque Ele nos amou primeiro.
Na vida humana não é tão diferente. Escolhemos e decidimos amar algumas pessoas, embora às vezes a mente racional ou o coração ferido e magoado digam que estes não o merecem. Ora, pergunto eu: E se for por mérito, seria amor ou pagamento de uma dívida? Entendo que amor, e falo aqui do amor de verdade, puro e sincero, é aquele em que você olha para alguém, enxerga a sua real necessidade, verifica o que está ao seu alcance fazer, vai lá e faz. E sempre que possível até mesmo sem que ninguém o saiba. A recompensa não advirá de uma Lei do Universo que atrairá bênçãos, mas de um Deus real, invisível e recompensador que se não te abençoar nessa vida, com certeza no porvir te dará o devido reconhecimento.
Amar faz bem ao espírito de quem ama e alegra a vida deste. Ame! Escolha e decida amar. Mas, desinteressadamente e fazendo pelo outro exatamente aquilo que compreendes que o seu próximo necessita, sem jamais o fazer para se sentir superior ou assumir uma posição de superioridade moral ou espiritual em relação a este. Lembre-se de que somos todos “farinha do mesmo saco e feitos do mesmo barro”. Somos humanos plenos em imperfeições, com alguns respingos de virtude. E a opção de amar é a mais nobre destas. Ame!
Pastor Teobaldo, Teólogo , Educador e Psicanalista