A greve dos professores da rede estadual de ensino que já dura 51 dias na Bahia, ganhou ontem (31) mais um reforço. Pais e alunos saíram às ruas em protesto, solicitando do governador Jaques Wagner a retomada das negociações para que os estudantes não sofram ainda mais os efeitos da paralisação.
Em Juazeiro, o movimento que teve início na Praça Antonilio da França Cardoso, ganhou as ruas da cidade e acabou tomando a Ponte Presidente Dutra interditando por cerca de 30 minutos o tráfego entre Juazeiro e Petrolina.
Liderado pela mãe de aluno Cremilda Costa, o protesto contou com os professores grevistas, estudantes e diretores da APLB. Segundo o presidente da entidade, Antonio Carlos dos Santos, a sociedade começou a sentir na pele a ausência da educação e responsabilizou o governador Jaques Wagner pela paralisação. “Não abrimos mão dos 22%. É preciso valorizar a educação a partir do educador. Não é de hoje que estamos questionando a qualidade do ensino público. Nas escolas estaduais faltam laboratórios, merenda escolar, quadras esportivas e até água para os alunos. O governo federal repassou dinheiro para o Estado e nós não abriremos mão dos nossos direitos. A desembargadora Licia Laranjeira já determinou que o governo pague os salários dos professores e, se estamos aqui hoje, a culpa é do governador”, disparou Antonio Carlos.
Para Cremilda Costa, que tem três filhos em escolas do Estado, o ano letivo já está comprometido. Para ela, o governo não respeita os direitos dos educadores e com isso, prejudica os alunos. “Queremos nossos filhos na escola. Ele (o governador) tem de obedecer a lei e respeitar quem faz a educação. Se o dinheiro vem por que não é repassado para os professores? Maioria das escolas está sem estrutura para funcionar, é preciso que este dinheiro seja melhor fiscalizado”, sugere.
A direção da APLB marcou para a próxima terça-feira mais uma assembleia com professores para discutir o destino da greve.
Por Antonio Pedro