Construção do Hospital do Câncer Dom Tomaz em Petrolina pode ser prorrogada ainda mais. O problema agora não é apenas a falta de convênio, dessa vez é que o Governo Federal resolveu transferir a doação do terreno que era da Associação Petrolinense de Amparo à Maternidade e à Infância (Apami) para a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). A área fica localizada entre o Hospital de Urgências e Traumas (HUT) e a Univasf.
A área onde deveria ter sido construído o Hospital do Câncer, teve o prazo expirado e segundo o diretor-presidente da Associação, Augusto Coelho, o problema é que, mesmo com todo esforço, a Apami não teria conseguido levantar os recursos necessários para tocar no prazo estipulado. “Agora a União decidiu ceder de vez à área à Univasf. A doação do terreno foi feita pelo prazo de cinco anos, quando nós percebemos que esse prazo havia expirado, entramos imediatamente com o pedido de reconsideração ou dilatação do caso. Nesse meio período a Univasf fez um ofício para o Serviço do Patrimônio da União, reivindicando o terreno para a Univasf”, explicou em entrevista ao Blog de Carlos Britto.
Dr. Augusto, como é mais conhecido, lamentou a decisão da União e afirmou que vários investimentos feitos no local ficarão perdidos com a doação. “Perdemos não só o terreno como também todo o investimento feito com o projeto arquitetônico do Hospital. A Apami já argumentou de todas as maneiras: que o investimento que a gente fez lá é da ordem de R$ 2 milhões, mas, de nada adiantou e agora a União nos comunicou que a Apami irremediavelmente perdeu o terreno”, disse.
O diretor da Associação disse que tentou uma aproximação de representantes da União que chegou a convidá-los a conhecer o projeto do Hospital, mas nunca teve retorno. “Eu implorei, desde o início, para que o superintendente da União viesse aqui em Petrolina para conhecer a Apami, conhecer a realidade da cidade e conhecer também a Univasf, mas isso foi tudo em vão”, lamentou.
Dr. Augusto também ressaltou que a Apami já tentou firmar parcerias com a Univasf e até agora também não teve respaldo. “Desde quando a Univasf chegou à cidade eu abri todas as portas da Apami para os estagiários. Tentei fazer um convênio para a Univasf construir o Hospital e estabelecer um departamento dedicado ao câncer e nada deu certo” citou.
Agora a associação deve reformular um novo projeto para a construção do Hospital do Câncer em outro terreno. “Vamos ter que fazer um novo projeto, para que o hospital possa ser construído em outra área que nós temos próximo ao ambulatório”, concluiu Dr. Augusto.