A equipe econômica começa o ano com mais dificuldades do que imaginava na área fiscal. O recado dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, porém, é que isso não significa qualquer possibilidade de mudança da meta fiscal para este ano, que é de um déficit de R$ 159 bilhões.
Ou seja, mesmo com problemas na aprovação de medidas de aumento de receitas e corte de despesas, os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento) não pretendem ceder a pressões da área política, diante do ano eleitoral, para elevar a meta e permitir mais gastos.
Em relação ao ano passado, a equipe econômica garante que não só vai cumprir a meta fiscal como fechará o exercício abaixo dos R$ 159 bilhões de deficit nas contas públicas. No mínimo, pode ser de R$ 150 bilhões. O problema, realmente, está no ano novo.
O governo não conseguiu aprovar várias medidas do ajuste fiscal no Congresso Nacional e, além disso, teve outras barradas no Judiciário. Resultado: começa 2018 com a necessidade de fazer um corte de R$ 26 bilhões, caso essas medidas não sejam revertidas e colocadas em prática ao longo do ano.
Corte que irá atingir programas de bolsa de estudo e investimentos em infraestrutura. Uma notícia ruim para deputados e senadores, que contam com verbas do governo injetadas em suas bases eleitorais para vitaminar suas campanhas de reeleição.
Dentro da equipe econômica, o discurso é de que não há espaço para mudar a meta fiscal deste ano, igual à do ano passado, ainda mais diante das dificuldades em aprovar a reforma da Previdência.
Sem ela, o cenário fiscal fica pior. Uma afrouxada na meta fiscal iria piorar ainda mais as expectativas sobre o desempenho das contas públicas no ano eleitoral, gerando muito mais turbulências no mercado financeiro. O que, com certeza, iria representar mais risco para a inflação e, por tabela, aumento da taxa de juros.






