Cerca de 200 ônibus, menos de 10% da frota de 3.000 veículos, estão prontos para circular em Salvador nesta terça-feira, 27, de acordo com secretário de Urbanismo e Transporte (Semut), Fábio Mota. “Vamos nos reunir às 10 horas no gabinete do prefeito (ACM Neto) com o secretário de Segurança Pública (Maurício Barbosa) para discutir como será a saída desses rodoviários. É necessário que a polícia forneça garantia (de segurança) para esses homens. Vamos discutir esse esquema”, explica.
O secretário de Segurança Pública disse, em entrevista a uma rádio de Salvador, que o Batalhão de Choque fará a escolta dos ônibus que estão prontos para circular. Os ônibus que vão sair inicialmente vão atender as principais vias de Salvador, como Paralela, Bonocô, Suburbuna e estação de transbordo da Lapa.
O plano de contingência da prefeitura previa que 30% dos ônibus circulassem, mas isso não foi possível, já que os veículos que faziam o transporte dos rodoviários para as garagens foram desviados para a sede do Sindicato dos Eletricitários da Bahia (Sinergia), onde a categoria está reunida. Eles pretendem fazer uma nova assembleia para discutir o movimento.
O secretário Fábio Mota disse que a prefeitura enfrenta dificuldade em conversar com a categoria, já que com o rompimento de parte dos rodoviários com o sindicato, não há uma liderança do grupo dissidente. “Ficamos até 23 horas na Transalvador ontem (segunda) tentando conversar com a liderança do movimento e apareceram mais de cem dizendo que era o líder. Não tem uma pessoa constituída”.
A reportagem de A TARDE tentou contato com representantes do sindicato, mas eles não foram localizados. No Sinergia, os rodoviários dissidentes acusam o sindicato de traição. Eles alegam que os sindicalistas anteciparam o horário da assembleia desta segunda, 26, para 14 horas e aprovaram a proposta do patronato sem a presença da maioria da categoria.
Os empresários ofereceram reajuste de 9% para o salário e tíquete e redução da jornada de trabalho de 8 para 7 horas. Os trabalhadores dissidentes agora pedem aumento de 12% e tíquete refeição de R$ 17.
Com a greve, os ônibus não estão circulando em Salvador, apesar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinar que uma frota mínima com 70% dos ônibus circulem em Salvador, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 100 mil. O transporte da população é feito com 300 veículos do Sistema de Transporte Complementar (Stec) e veículos clandestinos. Com isso, os pontos de ônibus e estações de transbordo estão cheios.
A Tarde




