Marcos Antonio Xavier, acusado de assassinar a esposa Sarah Raniere, em 2008, no bairro Palmares em Juazeiro esteve ontem (07) na Redação do Diário da Região depois de cumprir pena de um ano e cinco meses, para tentar esclarecer alguns fato. Muito abatido pelas doenças adquiridas (hemodialise e problemas cardíacos) Marcos Antonio pede à justiça que resolva sua situação, pois o processo até hoje não foi concluído. “Fui acusado injustamente, não existem provas, até porque não cometi crime algum”, alegou.
Ainda segundo Marcos Antonio, sua prisão foi decretada por pressão do então delegado de policia Charles Leão, que queria responder a comunidade que reagiu de maneira agressiva a morte da jovem. “Ele não tinha provas, mas as pessoas disseram que eu era bruxo, candoblezeiro e por isso a morte teia sido feitiçaria, um verdadeiro absurdo”, expos.
Mesmo em liberdade Marcos informou a nossa equipe que sofre muito preconceito e relatou alguns episódios que marcam sua vida desde que saiu da cadeia. “Às vezes estão na rua e escuto um grito, “Assassino”, já fui parado em blitz e me multaram sem motivos. Esta semana fui com minha mãe abrir um crediário no nome dela, e a dona da loja, disse que me conhecia e que como dona abria credito para quem ela quisesse, e para piorar a situação estou doente e não posso ser tratado fora de Juazeiro sem autorização judicial, vivo um inferno”, desabafou.
Marcos disse também que estar apenas buscado seus direitos e que quer uma definição da justiça, “quero continuar minha vida, tenho que me tratar, eu não matei minha esposa e o laudo da época foi bem claro, ao afirmar que não foi encontrada nenhuma substancia ou sinal de agressão ou envenenamento”, concluiu.
Entenda o caso
Em cumprimento a mandado de prisão expedido pelo juiz da Comarca de Juazeiro, Cláudio Santos Pantoja Sobrinho, policiais da 17ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior, prenderam no dia 29 de outubro de 2008, em Juazeiro, o paulista Marcos Antônio Martins Xavier, o “Marquinhos Pai-de-Santo”, 35 anos na época. Ele foi indiciado em inquérito que apura as circunstâncias da morte de duas mulheres, uma delas identificada como Sarah Ranielle Alves Brito, 18, grávida de quatro meses, enterrada sem autorização legal pelo acusado, com quem convivia a pouco mais de um ano numa casa localizada na Rua São João Batista, no bairro Palmares, em Juazeiro.
Por Lidiane Souza