O IPCA (Índice de Preços ao Consumdor Amplo) registrou inflação de 0,56% em janeiro, divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nesta sexta-feira (10). A taxa é superior à verificada em dezembro passado, quando o índice registrou avanço de 0,50%.
No acumulado de 12 meses, a taxa situou-se em 6,22%, abaixo do teto da meta do governo para este ano, que é de 6,5%. O centro da meta é de 4,5%. O resultado acumulado é o menor desde março do ano passado, quando a taxa foi de 6,30%.
Este é o primeiro resultado divulgado após a alteração na forma de cálculo do IPCA, índice usado pelo governo para medir a inflação no Brasil. O objetivo da mudança é refletir de forma mais fiel o padrão de consumo dos brasileiros, segundo anunciou o instituto.
Apesar da pressão na alta do preço dos alimentos, de 0,86% em janeiro, o grupo registrou percentual inferior aos 1,23% observados em dezembro. O preço das carnes, que caíram 0,64% ante uma alta de 4,11% no mês anterior, ajudaram nessa desaceleração. As carnes vinham liderando os principais impactos nos meses anteriores e no início deste ano reverteram a tendência.
“Enquanto em dezembro há uma alta no consumo de carnes por conta das festas de final de ano, em janeiro, devido às férias escolares, esse consumo desacelera”, explicou Eulina Nunces dos Santos, técnica do IBGE.
Contribuíram ainda para o desempenho do grupo de alimentos variações nos preços de açúcar cristal (de -0,94 para -1,23%), no leite longa vida (-1,41% para -1,13%), do pão francês (0,91% para -0,30%) e frango em pedaços (de 1,65% para 0,13%).
Na contramão dos alimentos industrializados, os produtos agrícolas subiram de preço. De acordo com o IBGE, as chuvas de dezembro contribuíram para o aumento do valor desses alimentos. Houve alta no feijão carioca (8,84% para 15,06%), cenoura (de -4,95% para 11,29%), tomate (de 1,04% para 8,09%), batata-inglesa (de -4,46% para 8,01%), feijão preto (de 0,55% para 5,42%) e hortaliças (de -1,46% para 4,56%).
Juntos com alimentos, os transportes compuseram a maior parte do índice –61% do IPCA decorreu dos dois grupos. Enquanto alimentação ajudou na desaceleração do indicador, os transportes foram na direção contrária: subiram para 0,69% em janeiro, ante estabilidade em dezembro.
Outro destaque na alta apurada foi o aumento das passagens aéreas, que passaram de negativos 2,05% em dezembro para 10,61%, em janeiro. As tarifas dos ônibus intermunicipais (de 0,54% para 3,24%) responderam pela segunda maior alta no grupo. Com pressão vinda das tarifas dos ônibus urbanos em Rio de Janeiro e Recife. Na outra ponta, o preço dos combustíveis caiu de 0,35% para -0,45%. A gasolina passou de 0,30% para queda de 0,35%. Já o etanol caiu 1,25% em janeiro, ante alta de 0,74% um mês antes.
O preço de moradia também ficou mais alto em janeiro deste ano. O preço da habitação situou-se em 0,53% em janeiro, representando avanço em relação a alta de 0,45% em dezembro. A alta decorreu do preço dos aluguéis (que passou de 0,71% para 1,30%), condomínio (0,74% para 0,78) e taxa de água e esgoto (de 0,04% para 0,26%).
Dentre os índices regionais, Rio de Janeiro (1,11%), Brasília (0,77), Belo Horizonte (0,66%), Belém (0,61%) e São Paulo (0,53) foram os Estados que apresentaram maior inflação em janeiro.
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação das famílias de renda menor (de 1 a 6 salários mínimos), ficou em 0,51% em janeiro, em linha com o verificado em dezembro passado.