EU GOSTO MAIS DE, DA OU DO.
Há quem pense que eu tenho uma mente “variada”. Talvez. Mesmo me ou lhe contrariando, não posse esconder algo que sinto. Por exemplo: normalmente eu gosto mais da última viagem que fiz; da última peixada que comi; da última palestra que dei; da última cerveja gelada que tomei; do último carro que possui; da última missa a que assisti (dependendo da homilia do padre); da última crônica que fiz; da última pescaria que participei; da última bênção que dei ou recebi; do último espetáculo de circo ou teatro que assisti.
Eu gosto mais do sindicalista que não é pelego, do que aquele que é atrelado ao governo; eu gosto mais do político que de vez em quando muda de atitude, mas que permanece no mesmo partido, do que do pula-pula; eu gosto mais do administrador que ofende falando a verdade do que o que agrada mentindo; eu gosto mais da mulher que mesmo tendo oportunidade não trai, do que daquela que sem oportunidade arranja meio de trair; eu gosto mais da farinha do que da tapioca, mesmo sabendo que as duas vêm da mandioca; eu gosto mais da abóbora do que o jerimum mesmo reconhecendo serem da mesma família; eu gosto mais de ler no livro do que na tecla do computador; eu gosto mais do Juazeirense que critica a cidade com o senso de responsabilidade e franqueza do que aquele que quando está na oposição ver a cidade como “farta tudo”, e quando na situação ver a cidade como “tem de tudo”.
Eu gosto mais das flores campestres do que daquelas que são plantadas para ornamentar poucas horas; eu gosto mais do “Nico” do que do macaco, da mesma maneira que gosto mais da cobra do que do teiu; eu gosto mais da seriguela do que da acerola; eu gosto mais de viajar dirigindo (motorista) do que no banco do passageiro; eu gosto mais do banho de rio do que do banho de mar; eu gosto mais (e muito) de galinha de capoeira do que de galinha de granja; eu gosto mais (erradamente) de falar do que de ouvir; eu gosto infinitamente mais de dormir durante a noite do que durante o dia; eu gosto mais de alguns hábitos dos orientais, mas, gosto mais da alegria, franqueza e democracia dos ocidentais; eu gosto mais da economia do centro-sul, mais da educação do sul e muito mais da cultura do Norte e Nordeste; eu gosto mais dos escritores cronistas e romancistas do que dos poetas e dos críticos literatas; eu gosto mais da ação do que do planejamento; eu gosto mais da tarefa do que do projeto.
MAGOM – Contabilista, Administrador de Empresa e membro do Lions.