PRAÇA “MACULADA” DA IMACULADA CONCEIÇÃO.
Lendo, “Algo está errado” do escritor J.R. Guzzo, última página da Veja nº 48, ano 46, deparei-me com uma notícia alvissareira. Um político sério (coisa difícil) recusou várias ofertas financeiras que recebeu das grandes empresas americanas para exercer cargos de diretor, ou consultor, ou membro do conselho ou qualquer atividade paga por elas. “Vocês não querem a mim”, dizia Traman, ex-presidente dos Estados Unidos, certo de que ninguém estava interessado em pagar para ouvir suas ideias, conhecimentos ou lições. “Vocês querem é a imagem do presidente. Isso não está à venda”.
Será que no Brasil encontraremos dois, três, quatro políticos capazes de rejeitar propostas desse nível? Responderia: acho que sim. Aqui em Juazeiro, conheço um com esse procedimento. É certo que nossos políticos (na sua grande maioria) só pensam no voto. É a mercadoria mais valorizada no Brasil. O ouro, a prata, o diamante, o brilhante etc. não chegam nem aos pés do voto. Ética, moral, honestidade, seriedade, ficam a centenas de quilômetros de distância. Há quem diga que por causa do voto o político recusa-se a usa a palavra “não”. Usa “sim” que vale talvez e usa “talvez” que vale não. Diferente do militar que quando diz sim, é sim e quando diz não, é não. E nunca diz talvez.
Como alhures, aqui também é assim. Os políticos não consideram a capacidade das pessoas, dos técnicos, dos especialistas, dos experientes. Tudo gira em torno do voto. Se você apresentar uma proposta para correção de algo errado, não será ouvido, desde que ela traga o prejuízo de um voto. Mesmo prejudicando várias famílias. Se você for um técnico de alto nível em finanças (por exemplo) e não tiver voto, não será convidado. Se você for analfabeto no assunto e tiver votos, está com o lugar garantido.
Na coitada “maculada” Praça Imaculada Conceição, há uns dois anos, vi surgir uma banca fixa, de ferro, pintada, servindo como bar e lanchonete.. Pois bem, hoje já são três. As últimas duas no centro da praça. Também fixas e com propaganda de ótica. Daqui adois, três anos, quantas serão? Tive a curiosidade de perguntar: senhora, como conseguiu autorização para colocar a banca aqui? Ela: – Não sei, foi meu filho.
Como é difícil entender a Administração Pública! Vá até a orla 2. Um começo de favela. Quantas pessoas frequentam ali, principalmente nos fins de semana? Onde estão os sanitários? (no rio?); onde estão as lixeiras?(no rio ?); onde estão os fiscais?…
Quem se atreve a contrariar um votante daqueles?
MAGOM- Contabilista, Administrador de Empresa e membro do Lions.