ORLA II – DESPREZADA
Andando pela Orla II, mais ou menos às o6h30m da manha de um sábado, vi dois casais tirando fotos e conversando. A máquina fotográfica estava direcionada para o rio, ainda bem. A conversa era muito gesticulada e apontando com as mãos as instalações abandonadas, daquele ambiente, que bem cuidado seria fantástico. Parei e disfarçadamente fiz de conta que estava amarrando os cadilhos do tênis. Ouvi de uma senhora, me pareceu alemã, mas não era, dizendo: “Este ambiente espetacular se estivesse em Santa Catarina ou no Rio Grande Sul, era ponto turístico Nacional e Internacional. Que pena, tão desprezado! Olhando para os outros: – Vocês observaram a bela vista, estas lindas e antigas construções, a extensão da área? Os espaços, as árvores, o pátio? Diante da conversa, conclui que eram do Sul do país, e estavam hospedados no Grande Hotel de Juazeiro. Segui em frente.
Costumo dar três voltas na orla II, quando estou caminhando. Naquele dia, diante do que vi e ouvi, sai atordoadamente, quando me dei conta estava na porta de casa. Parei e disse, por… Não tive mais coragem de voltar. Aquela situação me doeu terrivelmente. Logo depois: procurei um ex-funcionário da FRANAVE e perguntei-lhe o tamanho da área. Sua resposta: mais ou menos 10 hectares, incluindo o já construído e os seis acessos. Procurei ainda um servidor da Prefeitura, que está mais ou menos ligado à Secretaria, e ele relatou:- Pelo que sei e ouvi, nada vai acontecer, pois o Prefeito através da Secretaria de Planejamento, quis terceirizar a área para empresários que tivessem condições de revitalizá-la, mas esbarrou na Câmara de Vereadores. Alguns edis não aceitam a terceirização, pois acham que a obrigação é da Prefeitura, com um argumento de que aquele ambiente é público. Ainda alegam alguns, que o Prefeito vai doar a correligionários e fazer política, como já aconteceu ali na orla I. E concluiu: Só que não é verdade. O projeto está muito bem elaborado e amarrado. As empresas que vencerem, assinarão contratos com tempo determinado, e carta de intenção, demonstrado tudo o que vai ser realizado. Caso o contrato não seja devidamente cumprido, automaticamente a área será devolvida ao Município.
Confesso que fiquei em dúvida sobre as colocações daquele servidor. A dúvida é se ele está bem informado ou se existe algum vereador que pense tão pequeno, a ponto de trocar a terceirização, por uma degradação, um abandono daquele. E como se não bastasse ali colocaram o Vaporzinho, parecendo uma criança sem dono, clamando por atenção e respeito. Das capitais que conheço, algumas têm suas orlas terceirizadas.
Agora, toda vez que por ali passo, fico mais angustiado. Até porque passei a observar com maior atenção. Não me recordo se conheço uma área tão nobre, tão extensa, tão apropriada para embelezar uma cidade. E melhor, já tem 50% de estrutura. Já pensou instalar ali uma academia, um parque de diversão, uma quadra coberta, uma cafeteria, restaurantes, uma marina, para se apreciar o por do sol?
Vou parar. Vou parar porque ali cabe tanta coisa boa!
Na minha contagem, aquela área já está com + – 13 anos de abandono. Se há culpados, divida-se por vários, incluindo-se os que reclamam hoje e silenciaram ontem.
Tenho a impressão de que o Prefeito que a revitalizar, terá o reconhecimento, a gratidão e os aplausos do povo de Juazeiro.
ESPEREMOS, POIS, ESSE DIA!
MAGOM – Contabilista, Administrador de Empresa e membro do Lions.