DEFENSOR SEM DEFESA
Já tive a oportunidade de defender Juazeiro por algumas vezes (rádio e jornal) e vida à fora. No entanto, no dia 26/04/2012 fiquei entalado, sem argumento, para defendê-la. Estava na fila, para pegar uma senha, na Receita Federal. Fiquei atrás de uma pessoa, também idosa, que tem bons serviços prestados à comunidade, revoltada com aquele atendimento indigno para com o cidadão contribuinte. Como ele e eu, outras pessoas também acharam que somos todos tratados ali como mal feitores, criminosos, fora da lei. Os servidores (com raras exceções) nos atendem como que se fôssemos todos devedores contumazes da Receita Federal. Dificilmente nos olham como cidadãos.
O diálogo se deu mais ou menos assim:
– Vocês notaram a dificuldade do funcionário para fornecer a senha? Parece que ele está desatualizado. Quanto tempo para tirar uma senha! Nos bancos isso é feito em +¬¬ – cinco segundos. Aqui uns dois minutos.
– O pior é que não há espaço para ficarmos. Esta sala é muito pequena. Olha o tamanho. Só cabe umas seis pessoas, as outras ficam na rampa do lado de fora.
– Mais grave é lá na sala de espera. Não tem 20m², com apenas 18 cadeiras, sem ventilador ou ar condicionado. Às vezes há 25/30 pessoas se espremendo. Alguém acrescentou: se um der um espirro, todos ficam gripados… É verdade.
Houve uma pergunta: – O que os senhores acham deste atendimento, destas instalações? A resposta foi coletiva: – Várias vozes de uma só vez: absurda! Só em Juazeiro, terra síndrome da pequenez, disse outro. E completou: há 40 anos a rampa de subida para Petrolina era três vezes mais larga do que e miniatura feita recentemente. E outro: – Duvido que, mesmo querendo, se faça uma mais estreita, com menos ângulo e com menos visibilidade que esta. Houve continuidade quanto a síndrome da pequenez: – Alguém aqui já trefegou pelo asfalto que vai para o projeto: “Minha casa minha vida? Vai lá vê a visão “estreita” da via!
E o “Rapport Hotel”, um show de instalações, porém em derredor, sem comentário. Outra interferência: Vocês conhecem o novo Rapport Hotel? E os logradouros públicos, como estão? Há uma novidade: o Rei do Caldo voltou a ocupar aquele mini espaço público, sem estacionamento, sem estrutura. Dizem que o Papas também vai voltar. Ainda as más línguas: a carne vai ficar mais temperada, gás carbônico, moscas, vento, poluição …
Voltemos à Receita Federal: Uma senhora gestante entrou na conversa: Já que as autoridades constituídas não enxergam esta vergonhosa, sede da Receita, por que os clubes de Serviço como Lions, Rotary e Maçonarias não investem numa campanha para a construção de um prédio para a Receita, à altura da cidade? Um gaiato gritou: – Qual é a altura da cidade? E aí ouvimos gargalhadas.
Felizmente recebi minha senha, indo para a mini sala, não sabendo o resultado da discussão.
Sai dali pensando na frase: cidade síndrome da pequenez.
Não concordo totalmente com esta frase, mas senti-me um DEFENSOR sem defesa.
MAGOM – Contabilista, Administrador de Empresa e membro do Lions.