A Polícia Militar de Santa Catarina divulgou no final da tarde desta terça-feira (12) mais um relatório das ocorrências relacionadas à segunda onda de violência que ocorre no estado desde o dia 30 de janeiro. Com um ataque a um posto da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) em Içara, no Sul catarinense, subiu para 95 o número de ocorrências e para 30 as cidades atingidas pelos atentados.
De acordo com órgãos de segurança, os ataques podem ter relação com denúncias de maus-tratos em presídios catarinenses, transferências de presos e repressão ao tráfico de drogas. Entre a noite de 30 de janeiro e o final da tarde desta terça (12), foram confirmados 95 atentados em Santa Catarina. Os criminosos escolhem como alvo principalmente ônibus e outros tipos de veículos, edificações de órgãos públicos e casas de profissionais que atuam em órgãos de segurança pública.
Segundo o relatório da Polícia Militar, foi localizado, por volta das 8h desta terça (12), um artefato inflamável no pátio onde ficam os veículos apreendidos no posto da PMRv de Içara, na rodovia SC-444. O objeto era uma garrafa de vidro quebrada com forte odor de gasolina e não chegou a produzir chamas. Os policiais acreditam que o artefato tenha sido atirado durante a noite no local. Até as 18h desta terça (12), ninguém relacionado a essa ocorrência havia sido preso.
Entenda o caso
A segunda onda de atentados em Santa Catarina começou na noite de quarta-feira (30), no Vale do Itajaí. Até as 18h desta terça-feira (12), a Polícia Militar havia confirmado 95 ataques. Veículos foram incendiados e foram disparados tiros e jogados coquetéis molotovs contra prédios públicos. As ocorrências foram registradas em 30 municípios: Navegantes, São José, Florianópolis, Criciúma, Itajaí, Palhoça, Camboriú, São Francisco do Sul, Laguna, Araquari, Gaspar, Joinville, Balneário Camboriú, Jaraguá do Sul, Maracajá, Ilhota, Tubarão, Chapecó, Indaial, Brusque, Blumenau, Garuva, Bom Retiro, São Bento do Sul, Rio do Sul, Porto União, São João Batista, São Miguel do Oeste, Içara e Imbituba.
O policiamento foi reforçado em todas as regiões. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a suspeita é que as ordens sejam comandadas por uma facção criminosa e partam de dentro dos presídios. As autoridades investigam a relação dos ataques com denúncias de maus-tratos no Presídio de Joinville e com transferências de detentos no sistema prisional do estado. Em Joinville e Florianópolis, são feitas escalas especiais de escolta para os ônibus do transporte coletivo.
Em novembro de 2012, quando aconteceu a primeira onda de atentados, durante sete dias foram confirmados 58 atentados em 16 municípios catarinenses. Os ataques cessaram depois do anúncio da saída do diretor da Penitenciária de São Pedro de Alcântara.