Suspeito assumiu ataques e prometeu se entregar ainda nesta quarta. Cerco de 300 policiais ao local onde ele está entrincheirado continua.
O suposto atirador de Toulouse e de Montauban, que está entrincheirado em um prédio, falou que vai se render no final da tarde desta quarta-feira (21) e reivindicou a autoria dos três ataques, nos quais disse ter agido “sozinho”, disse o procurador de Paris, François Molins.
“Ele não manifesta arrependimento algum”, a não ser por “não ter feito mais vítimas”, e se vangloria de ter “colocado a França de joelhos”, acrescentou o procurador.
Pouco antes, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou a representantes da comunidade judaica que o suspeito pretendia executar um novo ataque, segundo uma das representantes.
Nicole Yardeni, delegada local do Conselho Representativo de Instituições Judaicas (Crif), afirmou que Sarkozy fez a revelação durante uma reunião com representantes das comunidades religiosas em Pérignon, perto do local onde o suspeito está cercado pela polícia. “[Ele] tinha um plano para matar na manhã desta quarta-feira”, disse Yardeni.
O Ministério do Interior da França desmentiu durante a tarde a informação de que o suspeito matar quatro pessoas em uma escola judaica de Toulouse, no sul do país, tenha sido preso.
A notícia tinha sido dada por dois canais de TV franceses e chegou a ser confirmada à agência Reuters por uma fonte policial.
O homem, um francês de origem argelina de 24 anos, foi cercado durante a madrugada, em uma casa em Croix-Daurade, um bairro de Toulouse.
O cerco, com cerca de 300 policiais, perdura.
Fontes ligadas à investigação afirmaram que o suspeito se chama Mohammed Merah, um fugitivo da cadeia de Kandahar, no Afeganistão.
O atirador teria afirmado que tem ligação com a rede terrorista da al-Qaeda e que matou crianças israelenses para “vingar crianças palestinas”, segundo o ministro do Interior, Claude Guéant.
O cerco à casa foi feito por policiais da RAID, a tropa de elite da França.
No final da manhã, os moradores foram retirados das casas próximas.
Três policiais ficaram feridos sem gravidade, um no joelho, outro no ombro e um terceiro atingido por disparo contra o colete a prova de balas.
De acordo com relatos, o homem não mantinha nenhum refém no local.
A mãe do suspeito, seu irmão e a companheira dele foram detidos como parte da investigação.
As detenções para investigação, que segundo a lei francesa podem durar até quatro dias em casos de terrorismo, aconteceram na manhã desta quarta. O ministro Guéant afirmou que são detenções preventivas.
Explosivos foram encontrados no carro de um dos irmãos do suspeito, informou uma fonte policial. A natureza desses explosivos não foi informada.
Uma forte explosão foi ouvida na área por volta das 9h locais (5h de Brasília), mas ainda não se sabia do que se tratava.
O suspeito era investigado pela Direção Central de Informação Interna (DCRI), desde um primeiro atentado em Montauban, quando dois soldados foram mortos.
No dia 11 de março, este homem teria matado também um soldado de origem magrebina em Toulouse.
No dia 15, ele atirou em três soldados do regimento de paraquedistas na cidade vizinha de Montauban – dois de origem magrebina e o terceiro de origem caribenha – matando dois e ferindo um gravemente.